segunda-feira, 7 de dezembro de 2009



Síndrome do Psicológico

Dor de cabeça? Psicológico.
Unha encravada? Psicológico.
Dor de barriga? Psicológico.

E pensar que há tempos defendia a existência de razões psicológicas para os males do corpo. Sempre acreditei nessa tese. Que a saúde mental é tão importante quanto a física. Por razões e motivos diferentes, corpo e mente padecem dos mais variados sintomas. E como tal, devem ser tratados. Comum também é tudo acontecer ao mesmo tempo. Cabeça, coração, estômago, sentimentos, ou dores da alma? Mas de repente tudo virou de cabeça para baixo. A febre agora é o “psicológico”. Você senta em frente ao médico e, seja qual for o sintoma ou a especialidade, lá vem a (s) pergunta (s): “você é ansioso? leva uma vida estressada? está deprimido?” Blá, blá, blá... Resultado: o pobre paciente sai do consultório sentindo-se culpado, afinal a doença é culpa dele. Só para garantir, estou planejando ficar doente só após essa síndrome. Quando conseguirmos chegar ao equilibrio. Corpo ruim, um bom comprimido. Cabeça com problema, um bom psicanalista. E se não for pedir muito, um médico capaz de deixar a preguiça e a insegurança de lado na hora da escuta e do diagnóstico. Ah! Mas a coisa não para por aí. Outra que está na moda é a síndrome do paciente tipo “Jack, o estripador”. Vamos por partes, isso mesmo. A medicina do século vinte e um transmutou os indivíduos em pequenos pedaços. Agora somos um pâncreas, uma tireóide, coração, joelho, fígado, útero... Mas isso já é uma outra história!