sexta-feira, 24 de junho de 2011

VERMELHO E BRANCO

Aproveitando o mote do post anterior, confesso. Uma pontinha de inveja dos pacientes do psicanalista Contardo Calligaris, autor do livro “A Mulher de Vermelho e Branco” (Companhia das Letras, 2011, 205 páginas). Como ele, também acredito, não dá para confiar num analista que circula só nos porões da mente, e não nos da vida. O texto está recheado de elementos autobiográficos, que ilustram um enredo que une investigação psicanalítica e policial. Diverti-me tentando desvendar o mistério do limite entre ficção e realidade. A velha mania de querer saber mais sobre seu analista, uma tentativa quase desesperada de descobrir se ele também é humano, como você. Aqui, volto novamente para a tal da inveja, a tal do Zuenir Ventura. Em algum momento um dos seus entrevistados diz ser comum a inveja que o paciente sente do aparente equilíbrio do seu analista. Bom mesmo é que a generosidade de uma amiga, ao emprestar seu livro novo, proporcionou uma leitura agradável. Bons momentos ao lado de Carlo Antonini, personagem principal. Ele recebe uma nova paciente em seu consultório, em Nova York. O que parece uma consulta trivial, pouco antes de uma viagem que o terapeuta fará a São Paulo para uma palestra e alguns dias de férias, desencadeia uma trama envolvendo um casamento conturbado, uma organização suspeita de terrorismo, um assassinato e uma história familiar de vingança. Sem contar o (re)encontro com uma namorada vietnamita dos tempos em que morou em Paris.

Sobre o autor
Calligaris nasceu em 1948, em Milão. Estudou em Genebra e Paris, onde iniciou sua formação psicanalítica. Radicado no Brasil, é Doutor em Psicologia Clínica pela Universidade da Provença, na França, onde defendeu a tese "A Paixão de Ser Instrumento", estudo sobre a personalidade burocrática, foi professor de Antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley e de Estudos Culturais na New School of New York. É autor de diversos livros e também é colunista da Folha de S. Paulo, desde 1999.

domingo, 19 de junho de 2011

INVEJA

Prazer e diversão na leitura de “Inveja – Mal Secreto, do jornalista e escritor Zuenir Ventura (Objetiva, 1998, 264 páginas). Trata-se do primeiro volume da coleção Plenos Pecados. Sete autores diferentes escrevendo sobre um vício capital: inveja, luxúria, avareza, preguiça, ira, soberba e gula. Daqueles livros que você vai lendo devagar, que é para não acabar logo. E que quando termina deixa saudades. Sem contar o prazer de se descobrir invejoso e invejado. Isso mesmo, confessemos este pecado universal, que atinge a todos sem a menor discriminação.

Segundo um dos padres entrevistados pelo autor, nas confissões “só as pessoas puras expressam diretamente. Dizem para nós: Tenho muita inveja de fulano, preciso me curar.”Já uma das psicanalistas entrevistadas diz o seguinte: “Há que se distinguir a inveja que é consciente, admitida pelo sujeito, da inveja que existe e da qual o próprio invejoso não se dá conta conscientemente. (...) Todos nós, evidentemente, carregamos um tanto dela dentro de nós. O problema não é a existência em si da inveja no indivíduo, e sim o quanto ela é prevalente e/ou ativa na vida do sujeito.”

Ah! Antes que esqueça, confesso a enorme inveja sentida ao ler o livro do Zuenir Ventura do meu companheiro, autografado. Queria que o livro fosse meu, e queria também ter podido estar na palestra do escritor aqui em João Pessoa. Afe! Essa coisa, a tal da inveja, aparece quando a gente menos espera!

sábado, 18 de junho de 2011

18 de junho


DIA FELIZ
Carinho dos amigos queridos, minha família linda, e uma vida inteirinha pela frente. Entre presentes e lembranças, a descrição de minha mãe do dia do meu nascimento. Olhinhos brilhando, um sorriso no rosto, quase pude me ver nascendo em sua narrativa. Presente que não tem preço ver a sua alegria ao relembrar este dia.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

STOP

Tempo para ter tempo. Nada de muita programação, apenas a fluidez das horas sentidas. Tomar café na cama, assistir ao jornal matinal relaxada, dormir fora de hora e, máximo dos máximos, assistir a sessão da tarde comendo besteiras nada saudáveis. Férias de mim mesma e dessa vida estilo maratona.