sexta-feira, 25 de maio de 2012

O PULO DO GATO


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Gatos combinam com bibliotecas. Muitos escritores adoram gatos. Aquela criaturinha manhosa, independente e observadora que costuma ficar num cantinho quieto, observando e enfeitando o ambiente. Mas o mundo dos gatos, visto ‘por dentro’ pode ser bem animado, como no livrinho O Pulo do Gato - Os Felinos Opinam sobre as Grandes Questões Existenciais (Pensamento, 1997, sem marcação de páginas), de Bill Zimmerman. Com muita sabedoria essas criaturinhas nos mostram como ter uma vida boa aprendendo com eles, mestres no assunto. Boa oportunidade para ver a vida do ponto de vista felino. Conselhos sábios para você cair sempre de pé, em todas as circunstâncias. E se depois da leitura você ainda tiver dúvidas sobre qual o significado da sua vida, saiba que para um gato, seu destino é cuidar dele. De resto, espelhem-se neles, eles são sábios.

Conselhos Felinos:

“ESCOLHA UM PAPEL PARA SI MESMO NA VIDA... SERÁ QUE VOCÊ VAI SER UM MANDA CHUVA? UM GATO GORDO? UM GATO ASSUSTADO? UM GATO ESPERTO? UM GATO BEM INFORMADO? UM GATO MIXURUCA? UM GATO LEGAL? UM GATINHO OU UM GATÃO? O QUE VOCÊ VAI SER?

SE NÃO TEM CERTEZA, POR QUE NÃO TENTA TODOS ELES E VÊ QUAL É O QUE MELHOR SE ENCAIXA EM VOCÊ?

VOCÊ PODE REINVENTAR SUA VIDA SEMPRE QUE QUISER.”

domingo, 20 de maio de 2012

PESSOAS

valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!
Fernando Pessoa

sábado, 19 de maio de 2012

MULHERES E O TRÁFICO

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Ainda criança, virei rato de biblioteca. Boas professoras de português, daquelas com brilho nos olhos e vontade de ensinar deixavam a gente com gostinho de quero mais depois das aulas, achando que ler era uma boa coisa a se fazer nas horas vagas. Talvez o rendimento na gramática não tenha sido o esperado, mas o gosto pela leitura permaneceu. Recordo que com 12 ou 13 anos, no período de férias, tinha permissão para usar a biblioteca do colégio, que ficava fechada. Era só pegar a chave na secretaria, ir lá e decidir o que queria levar para casa. A sensação de poder escolher à vontade acabou desenvolvendo meu critério de leitura, ou melhor, a absoluta falta de critério. Diante de tantas opções, a mania de ler tudo ao mesmo tempo, como se fosse um banquete de guloseimas.

Esses dias, pulei de uma obra com o cenário na guerra civil espanhola diretamente para o retrato das favelas cariocas. A mania continua. Talvez devesse refinar um pouco os hábitos de leitura. Ou não. Enquanto penso, vou lendo por aí. A chegada ao retrato fiel (e cruel) do rapper MvBill e de Celso Athayde no livro Falcão – Mulheres e o Tráfico (Objetiva, 2007, 270 páginas) aconteceu por acaso. O livro mostra que durante a produção do documentário, e livro, Falcão – Meninos do Tráfico, eles foram percebendo a presença firme das mulheres naquele movimento.

Fortaleceram a idéia e transformaram em livro. Sensação de impotência, tristeza e revolta a cada depoimento lido. O que acontece naquelas comunidades, principalmente no universo do tráfico de drogas é, sem dúvida alguma, uma realidade paralela. Outro Brasil. País triste e sem perspectiva. Vidas que seguem em círculos, destinos traçados. Enquanto esses dois mundos não dialogarem, de verdade, não parece haver saída. E para as mulheres, que me perdoem os cansados do discurso feminista, o efeito da miséria produz seres bem mais mutilados. Na moral!

Trechos de depoimentos:

Leandra: Tipo assim, nem sei como explicar. É uma vida... uma vida suja... Mas nós tem que levar ela do jeito que ela é. Nós tem que ganhar um dinheiro. É tipo um emprego, só não é a carteira assinada.

Priscila: Ah, tem umas realmente que não pode ver um fuzil, não pode ver uma pistola que já fica doida... acha que isso é uma vida legal.

Ana: Hoje em dia meu sonho é poder viver em paz. Um emprego melhor pra minha família, entendeu? Sonho de pobre é pequeno mesmo.

Eva: É muito home que eu saio... é toda hora, mas só dentro da favela, só falcão. Eu não paro... eu só paro lá pras madrugada, quando a boca de fumo tá fechando.

Mãe: Então, parecia que a história tava se repetindo. Eu estava indo pelo caminho errado que nem minha mãe, só que ela se prostituiu, e isso eu nunca ia fazer, mas comecei a vender drogas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

JAZZ & BLUES

Com Helder Pinto, responsável pela
descoberta da boa música
Uma boa pedida para a noite de quinta-feira em João Pessoa é o Jazz de Alquimides Daera e banda (Beto e Will Gomes) na Vila do Porto, Centro Histórico de João Pessoa. Lugar aconchegante e agradável. Excelente música. Sempre depois das oito e meia da noite, um show com músicas autorais e clássicos da bossa nova, no formato de Jazz e Blues. Opção para quem gosta de música de qualidade. Estive por lá semana passada e saí com vontade de voltar. Vale a pena conferir!
 


Alquimides Daera e banda

Will Gomes

Beto
 
Centro Histórico - João Pessoa
Serviço:

O que: temjazznavila
Onde: Vila do Porto – Restaurante e Petiscaria
             Largo de São Frei Pedro Gonçalves, nº 8
             Centro Histórico de João Pessoa
Quando: toda quinta-feira – 20h30
Contato: (83) 3043-4405

terça-feira, 15 de maio de 2012

TEMPO PARA LEITURA

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Há muito estava de olho nesse livro, mas faltava o empurrãozinho de uma amiga, daquelas que sempre têm uma boa dica e um bom livro, ou filme, na estante. Enquanto ela curtia as férias no velho continente, por aqui ia curtindo a leitura do livro da espanhola María Dueñas, O tempo entre costuras (Planeta, 2009, 477 páginas). Pode ser bairrismo, mas confesso que uma das coisas que mais me agradaram nessa narrativa foi o fato de ser uma mulher o personagem principal. Aliás, todos os personagens femininos são fortes. Não que ela subestime o universo masculino, pelo contrário, histórias bem construídas, papéis bem definidos. Mas a ótica, inegavelmente, é feminina. E se o mundo é o que parece aos olhos de quem vê, não vejo nada demais nessa perspectiva.

Sira Quiroga é uma jovem e habilidosa costureira. Ao ver suas ilusões perdidas, após uma traição, e depois de enfrentar duas guerras, uma falsa identidade a leva ao futuro. Com muita coragem ela forja seu próprio destino e deixa para trás uma história de devastação pessoal. Uma leitura que tem como cenário Espanha, Portugal e Marrocos. Também muito romance, drama, política e espionagem. Interessante narrativa histórica.

terça-feira, 8 de maio de 2012

DIA DO ARTISTA PLÁSTICO (ou como nasceu uma artista lá no quintal de casa)

Aline Diniz Yamada
Tive a grata satisfação de acompanhar o nascimento de um desses profissionais. Era uma menininha tímida e meiga. Seus primeiros desenhos, imitações delicadas de uma escrita. Ela mal sabia falar, mas já tentava fazer bolinhas, bolinhas, que juntas imitavam frases e histórias. Volta e meia encontrávamos um livro ou revista cheio dos pequenos escritos/desenhos da Aline. Que logo evoluíram para desenhos surpreendentemente explicativos, nada daqueles rabiscos que os pais zelosos tentam adivinhar o que representam. Os dela eram claros, bem definidos, e muitas vezes contavam pequenas histórias. Quando veio a escrita, a eles se juntaram pequenos balõezinhos com frases e comentários engraçados. Além de talentosa, a pequena era também muito bem humorada, qualidade que a acompanha até hoje. Lápis e papel sempre foram seus brinquedos favoritos. Um simples rabisco, daqueles que a gente faz para distrair enquanto fala ao telefone, já fazia inveja aos desafortunados que não nasceram com esse dom.


Formatura
BYU Brigham Young University


A menininha mudou de país e lá aprendeu um novo traço, aquele dos mangás e dos ideogramas, uma verdadeira arte. Voltou para a terra onde o sol nasce primeiro e trouxe seu talento aprimorado na bagagem. Quis o destino que nossa artista particular voltasse novamente para a terra dos samurais, quando amadureceu a idéia de tornar um grande prazer em profissão. Juntou a vontade com a paixão pela vida, e foi estudar no Hawaii. Alegria, luz e paisagens estonteantes moldaram a artista talentosa, que ainda teve a destreza de esculpir uma linda família. E é hoje uma de suas maiores paixões, a escultura, trabalhos tridimensionais (que só não é maior da que nutre por Aina, Kouma, Kazuto e Chiyo, seus pequeninos melhores trabalhos, sem dúvida). Mas não se enganem, pois a garotinha que domina as mais diversas técnicas e é também uma excelente fotógrafa, consegue colocar arte e encanto até num simples bilhetinho. Tudo que seu traço invade vem recheado de arte. Parabéns, Aline. E obrigada por pintar de alegria o nosso cotidiano.

Alguns trabalhos de minha sobrinha artista
(que não vai gostar nem um pouco de vê-los aqui,rs, afinal a maioria é apenas exercício de aprendizagem ou mera distração caseira, fotos "roubadas" pela tia xereta)



Um detalhezinho para sua casa
Lição de casa
Lição de casa II - Ateliê da BYU

Treinando em Preto & Branco

Início de uma paixão
BYU Brigham Young University

Um mimo para o irmão Juliano Takizawa,
no dia do seu casamento

domingo, 6 de maio de 2012

PB ARTE

Só porque hoje é domingo. Dia de leveza. Imagens do artesanato paraibano, arte pura e talento legítimo. Nem de longe lembram os dramas das manchetes dos jornais, embora muitas vezes estejam impregnados de histórias difíceis, por trás de mãos calejadas. Mas a inspiração, a estética e o conceito de belo estampado em cada peça, em nada devem aos trabalhos de artistas de outras bandas.












Fotos: Lilla Ferreira







quarta-feira, 2 de maio de 2012

CADÊ O FENART?

O Brasil continua a terra da descontinuidade. Aqui em João Pessoa (PB) quem paga o pato dessa síndrome nacional é o Festival Nacional de Arte (Fenart). A última edição, a XIII, aconteceu em maio de 2010. Tudo começou em 1994, ano da 1ª edição. Não sou muito boa na matemática, mas vamos às contas. Se a idéia tivesse seguido firme desde o início, este ano estaríamos realizando a 19ª edição do Fenart, e nosso festival já estaria na maioridade.

Foram seis anos sem o festival desde a sua criação, uma realidade lamentável explicada pelos mais diversos motivos. Em 2011, ano em que ele também não aconteceu, foi divulgado que o Fenart seria realizado exatamente agora, no mês de maio, dentro da programação de aniversário de 30 anos da Fundação Espaço Cultural (Funesc), inaugurado em abril de 1982.

Considerando que a Funesc aproveitou para comemorar a data durante o 2º Encontro de Escritores e Entidades Culturais, realizado nos dias 19 e 21 de abril, acho que podemos imaginar que não teremos nosso querido festival este ano. Ou sim? Será que editais já foram publicados? No site da Funesc (http://www.funesc.pb.gov.br) e na página da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Paraíba (http://www.paraiba.pb.gov.br), nenhuma notinha sobre o assunto.

Mas como boa cidadã brasileira, continuo esperançosa, e torço para que o festival esteja em algum calendário (e também no orçamento anual). Ou será que a reforma do Espaço Cultural, local onde acontece a maior parte da programação do Fenart, prevista para acontecer em quatro (longas?) etapas, vai ser o motivo para a não realização do festival em 2012?

E já que o assunto aqui é descontinuidade, fico me perguntando também o que pode ter acontecido com a Bienal Nacional do Livro na Paraíba (2006) e o Salão Internacional do Livro (2010), que não foram além das primeiras edições.