Adoro a energia do final do
ano. Luzes coloridas, festas e uma alegria que às vezes beira o histerismo. Tem
também o surto de generosidade que acomete uma boa parte das pessoas, mas essa
já é outra estória. Sei que gosto mesmo é dessa sensação de cruzar um marco
imaginário no tempo, e (re)começar de novo. Sei que vez por outra um furacão metafórico me arrasta pela vida. O último chegou no finalzinho de novembro de 2013, quando resolvi
acompanhar minha irmã a uma consulta com a pneumologista que lhe salvou a vida
faz bem pouco tempo. Não tenho problemas respiratórios, não fumante, histórico
zero para a especialidade, mas havia a possibilidade de encontrar um problema
de apneia, que minhas irmãs têm e que pode causar fadiga, uma vez que o sono é
interrompido várias vezes durante a noite. A polissonografia mostrou que a
apneia era leve, o ronco é que era pesado, como pode uma pessoa roncar mais de
400 vezes em menos de 8 horas de sono? Bom, voltamos ao ponto de origem, o
cansaço, a tal da fadiga crônica. Sabia que tinha algo de muito errado no meu
corpo. E sim, a fadiga já era um sinal do câncer. O zelo da médica ao pedir
também uma tomografia do tórax, só para ‘checar’, pode ter salvado a minha
vida. Feliz por estar aqui, mais um ano, que venha 2015.