domingo, 29 de abril de 2012

DOMINGO

Foto: Lilla Ferreira
Cafeteria da Livraria Nobel,
Shopping Tambiá
Foto: Lilla Ferreira
Final de semana cheio de afazeres, afinal de contas minhas “meninas” ainda estão meio doentinhas. Para distrair, duas horinhas roubadas para o lazer. Pausa para o café. Domingo à tarde é um bom mote para visitar livraria. Tomar um cappuccino sonhando com as futuras leituras. Grande prazer. Enquanto espero o tempo passar lentamente, caneta e guardanapo nas mãos. Começando nova lista de livros para comprar quando o orçamento permitir. Eterno desejo. A espera já é um deleite.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LENDO COM PRAZER (OU TENTANDO SE LIVRAR DA CULPA DE QUERER SER FELIZ UM POUQUINHO)

Descobri que uma boa maneira de voltar à realidade é entrar na ficção. Depois de tempos difíceis, quando não conseguia concentração nem para ler horóscopo de jornal, finalmente tranquilidade para bons livros. É meio ridículo sentir-se culpada pelo prazer da leitura, quando alguém querido está sofrendo. Mas é assim que funciona, a culpa vem em todo tipo de prazer. Uma boa comida, um filme interessante, um papo descontraído. Lá vem a culpa! Mas a vida pode ser bem ridícula, sentimentos então. Voltamos a respirar. Minha irmãzinha, literalmente. Todos em volta, metaforicamente.

E os primeiros ares trouxeram:

A Massagista Japonesa (L&PM POCKET, 1984, 123 páginas), do saudoso Moacyr Scliar. O cotidiano da década de 80 descrito em 35 crônicas deliciosas. A qualidade do texto faz com que o leitor não sinta o efeito do tempo, mais de duas décadas, em seus escritos. Bom humor e uma pitada de surpresa em cada texto. Daqueles livros que a gente bebe em pequenos goles, com medo que acabe logo.

Fora de Mim, da Martha Medeiros (Objetiva, 2010, 131 páginas). Até agora só conhecia seu texto em colunas e escritos soltos, aqui e acolá. Tem também o romance Divã, que virou filme. Leitura de gênero, talvez. Mas acredito que sentimento, amor, medo, e coisas do tipo, são universais. O leitor torna-se testemunha de um momento difícil, de perda e abandono da autora. Ela se desnuda diante do texto e nos torna cúmplices.

Uma Vida Nova e Feliz (Ediouro, 2007, 247 páginas), do jornalista Ricardo Kotscho . Com um título bem sugestivo para a ocasião, esse estava comigo já faz um tempão (gosto de estar por perto do mundo do Jornalismo, nem que seja no texto alheio). Puro deleite. Homem inteligente, vida interessante, profissão mutante. Identifiquei-me com a observação do autor sobre o futuro da nossa profissão: “Seja qual for a plataforma da informação, como se diz, todos nós sempre precisaremos de alguém para nos contar e explicar o que está acontecendo – de preferência, algo que ainda não sabemos”.






segunda-feira, 23 de abril de 2012

DIA DO LIVRO

O nosso calendário é repleto de datas comemorativas. Fora as celebrações religiosas, temos um dia especifico para tudo o que se julgou necessário comemorar ou lembrar, ou seja, todo o dia é dia de algo, alguém ou alguma coisa. Temos o dia das mães, dos pais, das crianças, dos professores, dos trabalhadores. Há também o dia da mulher, da paz mundial, do amigo, do índio, da árvore, do abraço. Sem contar que todo o dia é dia de um santo, e eles existem para todos os gostos, necessidades e milagres

Pois bem, além dessas datas conhecidas por todos nós(ou não), hoje comemoramos o Dia Internacional do Livro. A data, estabelecida em caráter definitivo pela Unesco em 1996, homenageia dois gigantes máximos da literatura ocidental. O 23 de abril seria, por uma lenda repetida universalmente, o dia em que morreram, no mesmo ano, o espanhol Miguel de Cervantes (1547 – 1616), o inventor do romance moderno com Dom Quixote, e o inglês William Shakespeare (1564 – 1616), o inventor do humano, como o chama Harold Bloom.

Que tal comemorar a data escolhendo um bom livro? Afinal, leitura é fundamental para desenvolver um cidadão criativo, curioso, crítico, capaz de organizar suas próprias idéias. O assunto é sério, e merece outras e outras reflexões. Mas hoje é dia de pegar um livro, mas não por obrigação. Que tal ler um bom livro por puro prazer?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

BRASIL NO FESTIVAL DE CANNES

Divulgação
O cinema do Brasil será o convidado de honra do 65º Festival de Cannes, que acontecerá de 16 a 27 de maio. O filme mais recente do cineasta Nelson Pereira dos Santos, "A Música Segundo Tom Jobim", será exibido em uma sessão especial, como parte da presença de honra brasileira no festival.

E não para por aí, o filme “Na Estrada”, dirigido por Walter Salles está entre os selecionados para competir. Adaptação do livro "On the Road" de Jack Kerouac, o longa acompanha Dean e Sal, que percorrem as estradas dos Estados Unidos em busca de autoconhecimento.

O filme traz Sam Riley, Garrett Hedlund e Kristen Stewart nos papéis principais. A brasileira Alice Braga, Amy Adams, Viggo Mortensen, Steve Buscemi, Tom Sturridge e Elisabeth Moss completam o elenco. O longa tem estréia prevista para 15 de junho no Brasil.

Marilyn
O Festival de Cannes também faz homenagem a Marilyn Monroe, escolhendo-a como efígie da sua edição de 2012. Cinquenta anos depois do seu desaparecimento, a atriz continua a ser uma das principais figuras do cinema mundial, referência eterna. Símbolo de graça, mistério e sedução.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DEFESAS NATURAIS


David Servan-Schreiber
Terminando a leitura do livro ANTICÂNCER – PREVENIR E VENCER USANDO NOSSAS DEFESAS NATURAIS (Fontanar, 2011, 312 páginas), do médico psiquiatra e pesquisador David Servan-Schreiber. O tema não tem nada a ver com o momento, afinal ele me foi dado de presente ainda no Natal passado. Mas a coincidência, ter enfrentado problemas médicos nos últimos tempos em família, me faz pensar o motivo que nos leva a alimentar essa indústria da ‘saúde’, optando por remédios último tipo e deixando de lado hábitos saudáveis. Alimentação correta em no mínimo três refeições, e uma caminhada de no mínimo 30 minutos por dia, fazem milagre por qualquer corpinho.

O autor do livro teve uma sobrevida de 20 anos após a descoberta casual de um tumor em seu cérebro. O diagnóstico inicial era de seis meses de vida. Determinado a compreender a doença, fez um extenso levantamento de estudos científicos sobre alimentos, terapias complementares e fatores que poderiam ajudar na sua recuperação. Ele nunca abandonou o tratamento tradicional, algo que defendia também, afinal era médico. Mas foi sentindo na carne as dificuldades do câncer, que ele descobriu caminhos para fortalecer as células saudáveis de seu corpo e vencer a luta por um bom tempo, até julho de 2011.

David destaca também a necessidade da luta sistemática contra o sentimento de impotência e o estresse. “Sabemos que sentimentos de impotência desencadeiam a liberação de hormônios que ativam as funções de ‘urgência’ do organismo – como os mecanismos de inflamação -, que podem facilitar o crescimento e a propagação de tumores. Paralelamente, o estresse reduz a atividade de todas as funções que podem ser colocadas em ‘modo de espera’, como a digestão, a reparação dos tecidos e o sistema imunológico”, afirma o médico. Portanto, pacificar o espírito pode ser um excelente remédio.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PÓS-GUERRA

Com minha irmãzinha Rogéria,
"A Forte", no dia de sua alta
O medo de perder minha irmãzinha querida, 40 dias no hospital por causa de sérios problemas respiratórios, fez com que a vontade de escrever fosse embora (o tempo, então, esse voou). Pior ainda, nos primeiros 25 dias, período em que ela ficou na UTI num vai e vem entre gravíssimo, grave instável/estável, toda e qualquer vontade desapareceu. Como se tivesse sido abduzida para outra dimensão, atos e palavras manipulados por controle remoto. Instinto. Medo e angústia misturados a uma inexplicável certeza de que tudo acabaria bem. Fé ou ataque de Polyana, fuga, não sei bem o quê. Não importa o motivo, sobrevivemos.

Tudo acabou bem. A grande nuvem foi embora e naquela tarde em que saímos do hospital parecia que o mundo tinha voltado ao seu lugar, o meu mundo com certeza. Acho desnecessário ter que passar por algo terrível para dar uma chacoalhada em valores e projetos, mas bem que funciona. Perspectivas surgem e por um bom tempo a gente acha que tudo está lindo. Como reclamar de pequenas coisas se somos capazes de sobreviver às grandes? Qual a real dimensão de sentimentos e problemas? Ainda me encontro absolutamente cansada, física e emocionalmente, mas feliz por temos recuperado nosso cotidiano familiar.