domingo, 5 de setembro de 2010

AGOSTO DAS LETRAS

Agosto, mês da Letras. Assim foi em João Pessoa (PB) graças a evento realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) sob a coordenação do amigo, escritor, poeta, etc., André Ricardo Aguiar (Divisão de Literatura). Segundo o organizador, e incansável anfitrião, “Agosto das Letras é uma referência de alcance eficaz com o autor local e com o diálogo da cena contemporânea”. Muito agradável, com autores interessantes e interessados, e o mundo da literatura nesse mix Paraíba x o resto do mundo.

Questões como a importância de se tratar o livro com um compromisso ético, e não como um produto similar ao sabão em pó. Alternativas de distribuição e caminhos para estimular a leitura também foram levantadas, lembrando que o principal é encorajar o gosto pela leitura e dar liberdade ao leitor. A relação com as novas tecnologias, dificuldades e oportunidades também estavam lá, junto às realidades instauradas em nosso tempo. Entre elas, a polêmica possibilidade do fim do livro em papel. Enfim, uma oportunidade de tirar a literatura da naftalina. Quanto a mim, confortável no papel de leitora (alguém tem que ler, não?), me pergunto: como ficam meus autógrafos nesse tal de e—book?



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

GARRINCHA

Aproveitando a ressaca da Copa do Mundo, engatei a leitura de “Estrela Solitária”, de Ruy Castro (Companhia das Letras, 1995, 520 páginas), um relato recheado de detalhes jornalísticos sobre a vida do extraordinário Manuel dos Santos, o ‘Mané’ Garrincha. Os detalhes cansam um pouco, mas fazem jus ao excelente trabalho de pesquisa do autor. E a convivência com outra realidade do nosso futebol também é muito interessante. Um tempo onde os atletas jogavam mais por amor à camisa e não apenas para cumprir contratos milionários. Uma visão romântica dessa profissão que na verdade foi a tragédia de Garrincha, aliada a uma infância pobre e a uma doença chamada alcoolismo (que ainda hoje a maioria das pessoas não consegue encarar como ‘doença’). O amor ao futebol, ao prazer de jogar, aliados à sua tão cantada ingenuidade foram as desgraças desse jogador. Se ele não fosse tão ingênuo e tivesse encarado sua profissão como profissão, talvez não tivesse acabado na miséria. Quem sabe também não teria perdido o grande amor da sua vida, Elza Soares, um exemplo de dedicação ao seu homem. Incrível as histórias de como o casal foi perseguido por uma falsa moral, que não aceitava essa relação, como se terceiros tivessem esse direito.