sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CRACK


Pela segunda vez esbarro no livro Crack – O caminho das Pedras (Ática, 1996, 246 páginas), mas só desta vez a leitura foi tranqüila. Outro momento, outra perspectiva. Até a realidade do crack é outra, muito, mas muito mais cruel do que a retratada pelo escritor e jornalista Marco Uchoa, que morreu de câncer em novembro de 2005, aos 36 anos. Quando o trabalho investigativo foi realizado para a confecção do livro, ninguém acreditava no poder dessa droga. Estado, polícia, família, e os próprios usuários, ainda desconheciam a proporção do mal que ela causaria. Uchoa foi visionário ao desnudar uma realidade que só ele e alguns poucos pareciam enxergar naquele momento. Ainda hoje, poucos livros se encontram sobre o tema. Descaso de governos e polícias, medo e vergonha das famílias, impotência dos dependentes diante do crack. Esses podem ser alguns dos fatores que contribuíram para adiar a real noção dos fatos. Foi ficando cada vez mais difícil ignorar o crack e seu poder devastador. Essa droga saiu dos guetos e chegou ao asfalto, aos prédios de luxo, aos doutores e pais de família. Ela não escolhe vítima.

A dependência é uma doença incurável, como a diabete ou hipertensão. Mas tem controle. Mais doloroso e sofrido, é verdade, mas tem. Amor, carinho, pulso forte, clínicas de recuperação, remédios, ou mesmo as reuniões dos Narcóticos Anônimos, podem ser alguns dos caminhos a trilhar no doloroso caminho da recuperação. Como afirma Marco Uchoa, “o maior problema é a dependência psicológica. Por isso, até que o usuário encontre seu ponto de equilíbrio, ocorrem muitas recaídas. O tratamento de um dependente é sempre uma trajetória penosa, onde os obstáculos começam na escolha do local para dar os primeiros passos em direção ao abandono das pedras”. O trabalho de Uchoa traça uma radiografia da droga que desembarcou primeiro na periferia de São Paulo, no final dos anos 80, e agora já é vendida em todos os cantos do País. O repórter colheu depoimentos contundentes de pessoas que se envolveram com a droga, tanto no tráfico como no vício. A obra mostra ainda a relação do crack com a violência, os efeitos da droga no organismo e como o entorpecente chegou ao Brasil. O livro ganhou o prêmio Jabuti, em 1997, como melhor livro-reportagem, e pode ser lido através do link. Marco-Antonio-Uchoa-Crack-o-Caminho-Das-Pedras

domingo, 16 de janeiro de 2011

CATIVEIRO

Impossível imaginar a possibilidade de ser arrancada de súbito de minha vida. Impossível imaginar a possibilidade de passar sete anos sem liberdade no meio da selva, sem o mínimo de condições de higiene, conforto, sem nada. Apenas existindo, à força. Em cada página do livro da franco-colombiana Ingrid Betancourt, “Não há silêncio que não termine” (Companhia das Letras, 2010, 553 páginas), a sensação de desconforto e de incredulidade. Parece incrível que alguns (nesse caso, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-FARC), em nome de pseudo-ideais, se julguem no direito de submeter um indivíduo a tais condições. Parece incrível que alguém consiga sobreviver a isso. Eu, por mais que imagine, não sei se o faria. Curioso a leitura deste livro se dar, exatamente, no período em que as mídias alardeiam os acontecimentos que destruíram parte de cidades da região serrana do Rio de Janeiro. Da mesma forma que no caso da Ingrid, não consigo imaginar-me sendo levada no meio da noite por uma avalanche, perdendo a vida, todos os meus pertences ou pessoas queridas. Tudo tão cruel. Mas cruel mesmo é saber que estas tragédias, o sequestro e os desmoronamentos podiam, quem sabe, não ter acontecido. Que diferença faz isso AGORA, se quem pagou o preço não fui eu, você, ou os responsáveis? Talvez faça alguma diferença SIM, para as gerações futuras. Talvez por isso valha à pena apontar o dedo e entregar os culpados.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CORAL

O coral Universitário Gazzi de Sá, ligado a Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), continua com inscrições abertas para preencher seus quadros. As inscrições podem ser feitas, solicitando a ficha, através do e-mail maestro.eduardo@hotmail.com ou na Coordenação de Extensão – COEX ( Reitoria).
O grupo atua na UFPB desde a década de 60 e desde 2003 está sob a batuta do maestro e professor do Departamento de Educação Musical, Eduardo Nóbrega que implantou uma nova técnica de trabalho, onde os movimentos cênicos estão relacionados à melodia interpretada pelo grupo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

RACHEL DE QUEIROZ

A leitura, como sempre, atropelada. Uns livros invadindo o espaço dos outros. Só agora consegui terminar Biografia – Tantos Anos (Arx, 2004, 285 págnas), de Rachel de Queiroz (Fortaleza, 17 de novembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003), escrita em parceria com sua irmã Maria Luíza de Queiroz. Daqueles livros bons que a gente fica com uma saudade quando acaba. Da Rachel sempre gostei, mas confesso que desconhecia um pouco sua história. Conhecia mais a obra que a vida. Narrativa tranquila, quase no ritmo do balançar da rede na casa da fazenda da família, descrita pelas duas. Aqui e acolá uma pontinha de identificação com coisas do tipo laços de família, apego ao lugar de origem e principalmente aos seus entes queridos. Como diz Rachel, “famílias, a natureza as faz, mas a gente arruma ou organiza”. A aridez, muitas vezes encontradas na obra de Rachel, não passa nem perto de sua personalidade.


Meio teimosa, a escritora foi convencida pela irmã a contar um pouco de sua vida. Luiza fez uma verdadeira campanha, pois ela insistia em não querer. “Você sabe que eu não gosto de memórias. Nunca pretendi escrever memória nenhuma. É um gênero literário – e será literário mesmo? – onde o autor se coloca abertamente como personagem principal e, quer esteja falando bem de si, quer confessando maldades, está em verdade dando largas às pretensões do seu ego – grande figura humana ou grande vilão....O ponto mais discutível em memórias são as confissões, gênero que sempre abominei, pois há coisas na vida de cada um que não se contam”. Leitora voraz de quase todos os gêneros, tinha como hobby ler romances policiais e, imaginem só, biografias. Segundo sua irmã mais nova, Luiza, “em todas as casas onde Rachel morou, ou mora, no Rio ou no Sertão, as paredes que não abrigam quadros são cobertas por estantes de livros. Livros de toda espécie, nacionais, portugueses, franceses, ingleses, antigos e novos, livros dos amigos escritores, numa certa miscelânea, mas tem de tudo”.



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Música


Acho que este será um ano musical. Entre outros, ando apaixonada por um cd de Zélia Duncan, “Pelo sabor do gesto” (Universal Music, 2009). Ele tem participações de Fernanda Takai, que adoro, e Chico César, nosso atual secretário de Cultura aqui na Paraíba. Aliás, o primeiríssimo secretário da pasta, uma vez que ela acaba de ser criada. E tem também a música de trabalho “Tudo sobre você”, uma graça. Boa música. Mas, pensando melhor, este ano será o que quiser. Que venha 2011.

Tudo sobre você

Zélia Duncan
Composição: John Ulhoa - Zélia Duncan

Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você


Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Dez mandamentos para ser feliz em 2011

por Roberto Shinyashiki


Ao invés de ficar refém daquela lista de promessas difíceis de cumprir...
Que tal começar 2011 de uma forma mais leve?

Suba no palco da felicidade e seja o protagonista de uma história regada com doses de tranquilidade e alegria!



1- Curta mais a sua companhia
Aprenda a viver feliz mesmo sozinho. Convide um amigo para ir ao cinema, mas se não encontrar alguém disponível vá com a pessoa mais fascinante do mundo: você mesmo.

2- Tenha alto astral
As pessoas competentes são aquelas que conseguem manter uma postura positiva mesmo nos momentos mais difíceis. Ficar com cara carrancuda, só piora a situação e não ajuda na resolução dos problemas.

3- Viva com paixão
Procure estar por perto de pessoas com alegria de viver e manter-se afastado de indivíduos baixo astral, aqueles que secam até arruda e pimenteira.

4- Cuide bem do seu corpo
Alimentação, sono e exercícios são fundamentais para uma vida saudável. Lembre-se, o seu corpo é o seu templo. Gostar de você mesmo, significa gostar dos outros e deixar as portas abertas para que gostem da gente também.

5- Invista em você todos os dias
Nós somos arquitetos da nossa personalidade. Quando a pessoa nasce Deus lhe dá um potencial infinito que poucas aproveitam. Pense em si mesma e trabalhe firme. Ser o cocriador de si é o maior desafio da vida.

6- Celebre as vitórias
Compartilhe seu sucesso com pessoas queridas. Mesmo as pequenas conquistas devem ser celebrada com alegria. Grite, chore, encha-se de energia para os próximos desafios.

7- Tenha uma vida espiritual
Conversar com Deus é o máximo, especialmente, para agradecer as dádivas recebidas. Mantenha o hábito de rezar antes de dormir, é bom para o sono e melhor ainda para a alma. A oração e a meditação são forças de inspiração.

8- Crie tempo para as pessoas importantes da vida
Filhos, maridos, pais e irmãos são as pessoas que vão estar com você nos melhores e piores momentos da sua vida. Embora eles não pareçam tão importantes na correria do dia a dia, são eles que darão força para continuar.

9- Tenha amigos vencedores
Campeões falam de e com campeões. Perdedores só tocam na tecla perdedores. O diz-me com quem andas, continua válido, mais do que nunca.

10- Diga adeus para quem não lhe merece
Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento é uma forma cruel de masoquismo. Não deixe que relacionamentos inconsistentes atrapalhem sua vida. Se você tiver um marido em casa que não esteja usando: empreste, venda, alugue, doe para uma instituição de caridade, enfim, deixe o espaço livre para um novo amor.


Fonte: www2.uol.com.br