quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Peleja da Carta com o E-mail



Xilogravura: Marcelo Soares

Quase tão bom quanto a leitura de um cordel é passar a vista pelos seus títulos, essa sim já uma bela leitura. Adoro, sempre tão cheios de humor e sabedoria. Especialistas em comunicação fariam teses e tratados com esse tema, Peleja da Carta com o E-mail, escrito pelo paraibano Janduhi Dantas. Como no cordel alguns atacariam a carta, chamando-a de lenta e preguiçosa. Enquanto outros ficariam contra o e-mail, acusando-o de ser frio e sem poesia.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tempo de Esperas

O itinerário de um florescer humano


Há tempos não refletia sobre minha fé, oportunidade que veio com a leitura de Tempo de Esperas (Editora Planeta do Brasil, 2011, 165 páginas), do Padre Fábio de Melo. Gosto da sua voz e de suas canções, costumo discordar de alguns de seus posicionamentos, que me parecem tão antigos para uma cabeça jovem, mas enfim acabei gostando do seu tom de escrita. Foi interessante refletir sobre o tempo, que é redentor, e que segundo o autor nos ajuda na experiência do distanciamento, nos fazendo enxergar com mais leveza os acontecimentos do passado. O fato é que após a leitura da troca de cartas entre Abner, um velho e sábio professor, e Alfredo, um jovem ambicioso e atormentado pelo abandono da mulher amada, aproveitei para refletir sobre minha religiosidade.  

 

Aos personagens coube a discussão de diversas questões humanas, estando eles entre lados opostos do desejo, como se fossem o passado e o futuro de uma mesma existência. A mim, coube relembrar como Deus se colocou em momentos diferentes de minha vida. A convivência com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição na Infância e as rápidas visitas à Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho. A fase extremamente feliz na Paróquia de São João de Brito, lugar de questionamentos e de convivência saudável com a liberdade da juventude. E finalmente hoje, a serenidade da vizinha Paróquia Sant’Ana.  Sim, eu preciso de Deus, por mais racional que minha mente possa ser.

 

Paróquia Sant'Ana - João Pessoa (PB)
Paróquia São João de Brito (São Paulo)

Nossa Senhora do Bom Conselho(Princesa Isabel/PB

Igreja de Nossa Senhora da Conceição (São José de Princesa/PB)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Comprinhas da semana


O resultado de uma “passadinha rápida” na I Feira de Livros do Shopping Tambiá, quase uma salada de frutas de livros e estilos: Auto da Compadecida (Ariano Suassuna), O Diário de Zlata – A vida de uma menina na guerra (Zlata Filipovic), Viajar é sonhar acordado (Carlos Romero), Corações Sujos (Fernando Morais), Os dez mandamentos da Ética (Gabriel Chalita), Aventuras da Família Brasil (Luís Fernando Veríssimo), e Made in Japan – Akio Morita e a Sony (com Edwin M. Reingold e Mitsuko Shimomura).

domingo, 25 de agosto de 2013

Feira de Livros

Coisa boa poder conciliar uma olhadela nas vitrines com um passeio por estantes de livros. Uma parceria promove, até o próximo dia 31 de agosto, a I Feira de Livros do Shopping Tambiá com acervo de O Sebo Cultural, com direito a diversas atividades literárias. E para completar, você ainda pode dar um pulinho no café ao lado, fingir que o barulho das sacolas em nada te atrapalham, e começar a folhear os livros comprados por um precinho bem camarada.

Participação dos escritores Hildeberto Barbosa Filho e
Willis Leal,neste sábado (24/08)
(Foto: Helder Pinto)

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

O fotógrafo Helder Pinto, esperando ansioso o autógrafo do
simpático Luizinho Bola Cheia.
(Foto: Lilla Ferreira)
 



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

LILJA 4-EVER (Para Sempre Lilya)




Um daqueles filmes que se descobre por acaso, sem nenhuma referência, foi assim com Para Sempre Lilya (Drama, Suécia/Dinamarca, 2002, 109 min.). Na verdade, o que me chamou a atenção foi o fato da personagem principal ter o mesmo nome que meu apelido (Lilia, Lila, Lilla, Liazinha e outras variações), mas o filme foi uma grata surpresa. Um tanto angustiante, graças à atmosfera de pesada falta de perspectiva e de um ambiente (ainda!) naturalmente machista. O roteiro do filme foi baseado na vida de Danguole Rasalaite, uma garota de 16 anos da Lituânia que foi manchete na Suécia em 2000.



Conta a história de Lilya, uma garota de 16 anos, que tem como único amigo o garoto Volodja, e que foi abandonada pelo pai ao nascer e pela mãe na adolescência. Eles moram numa vila pobre na Estônia, fantasiando sobre uma vida melhor. Certo dia, Lilya se apaixona por Andrej, que diz estar indo para a Suécia e a convida para ir com ele iniciar uma vida nova. Vida esta que parece mais uma vez estar fadada ao fracasso e sofrimento, passivo e silencioso. Uma menina forte, mas que se torna tão frágil diante do tamanho do peso que se coloca, para alguém tão jovem e sozinha. Tocante.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Oficina do Escritor


Acabo de descobrir mais uma de minhas contradições, eterna geminiana. Para quem vivia gabando-se de ser apenas leitora, soa bem pretensioso esse tal de blogue, afinal o que é isto aqui? Continuo achando que o fato de gostar de ler não faz com que você seja candidato a escritor. E que se todo leitor começar a escrever, quem vai ler tantos livros? Talvez escrever sobre o que se lê possa funcionar apenas como extensão de leitura. Talvez ler e escrever sejam, para mim, como o ar que respiro. E talvez seja uma sorte para o autor de A Oficina do Escritor (Ateliê Editorial, 2008, 149 páginas), Nelson de Oliveira, que existam sim leitores-escritores e os valorosos oficinandos. Afinal ele transformou sua experiência como escritor numa produtiva atividade pedagógica. A intenção é ajudar autores inexperientes a praticar a reflexão e a disciplina, de forma a evitar clichês e aprender a lidar com o mundo literário 
 
Mas bastou seguir na leitura que minha teoria se confirmou, pois segundo o autor “tão intenso quanto o prazer de escrever (a montagem cuidadosa de um texto) é o de ler (a desmontagem cuidadosa de um texto). O uso eficiente da caixa de ferramentas tem o poder de multiplicar o sentido da obra investigada. Com as ferramentas certas à mão, cada nova leitura não só repete os passos da construção do texto, como revela suas camadas mais profundas, até então desconhecidas até mesmo do próprio autor.”

domingo, 18 de agosto de 2013

Domingo no parque

Tia Lilla com Aline e Juliano, um domingo no Parque Ibirapuera
(São Paulo, maio de 1990)
Nenhum arrependimento, até parece que sabíamos as voltas que o mundo daria. Aproveitamos todos os pequenos momentos juntos, nos divertimos e fomos felizes. Ainda somos. A distância não roubou nosso afeto.  

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Música ao Longe

Alguns livros contam sua própria história. Este exemplar é um deles. Foi lido tantas, mas tantas vezes, que ficou neste estado. Não sei explicar, nunca fui uma mocinha dada a romances ou coisas delicadas, mas me apaixonei loucamente por este livro quando tinha 14 anos. Ele foi lido algumas vezes de cabo a rabo. Depois comecei a procurar os trechos preferidos. Era como um grande amigo. Quando batia a saudade, era só correr e folhear algumas páginas. O bom mesmo é que essa leitura me levou a outras obras do Érico Veríssimo. Clarissa, Ana Terra, Solo de Clarineta, Caminhos Cruzados, Incidente em Antares... E a partir daí comecei uma fase de leitura em bloco. Descobrir um autor, voar para a biblioteca e procurar tudo sobre ele. Hoje, é abrir o livro e sentir voltar todo o seu encantamento.

Mais sobre o livro
A obra retrata a decadência econômica e moral da rica e tradicional família Albuquerque sob o ponto-de-vista da jovem professora Clarissa, personagem do romance homônimo de Érico. Em Música ao Longe (Globo, 1982, 195 páginas), a jovem, apaixonada pelo primo Vasco, dá os primeiros passos em direção à vida adulta e à maturidade. O título do livro remete aos sentimentos de Clarissa, que são como uma "música ao longe", pois ela não tem certeza se eles são mesmo verdadeiros. O livro foi vencedor do "Prêmio de Romance Machado de Assis", instituído em 1934 pela Cia. Editora Nacional de São Paulo.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Renoir, o filme


A sensação é de que se assiste a uma grande tela em movimento, tal a beleza da fotografia do filme Renoir (Drama, 2012, França, 111 min.), que faz juz ao talento do pintor. Cores e texturas saltam aos olhos. Ao longo do filme, a sensação de invejar tempos mais lentos para se viver, onde o próprio fazer artístico tinha outro ritmo, aparentemente bem mais compatível com o bem viver. Impressiona também a noção de operário da arte que Renoir, segundo a narrativa do filme, parecia imprimir ao seu fazer artístico. Belíssimo.


Sinopse
Côte d'Azur, 1915. Pierre-Auguste Renoir (Michel Bouquet) é atormentado pela morte da esposa, as dores da artrite e a preocupação com o filho Jean (Vincent Rottiers), que luta na Primeira Guerra Mundial. Eis que surge em sua vida Andrée (Christa Theret), uma jovem bela e radiante que desperta no pintor uma inesperada energia. Rejuvenescido, Renoir a torna sua musa. Quando Jean retorna à casa do pai para se recuperar de um grave ferimento na perna, ele se envolve com Andrée e a torna também sua musa, mas de um sonho ainda distante: o de fazer cinema.







quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Vamos embarcar juntos nesta viagem?


Foto: Lilla Ferreira
Odeio fazer malas. Na verdade, confesso, não consigo. Como saber o que usar amanhã, depois de amanhã. Como boa geminiana, o ideal seria uma mala mágica, para levar o quarto inteiro. Mas viajar é mágico, e o preço que se paga é arrumar as malas. Aliás, dependendo do tipo de viagem, arrumar mil coisas. Tipo passaporte, visto, o clima do local, a cultura, tudo isso faz parte da organização. O livro Viajante Chic, Dicas de Viagem por Glória Kalil (Agir, 2012, 164 páginas), é um excelente guia de como planejar uma viagem. Mesmo que em alguns momentos seu orçamento passe longe das indicações da autora, que é prática mesmo sendo chique. Concordo com ela quando diz, “viajar é bom até quando dá errado”.

domingo, 4 de agosto de 2013

Marcadores de livros nunca são demais

Parte de minha coleção de marcadores de livros.
 
Minha mania por marcadores começou por necessidade. Virou paixão, hoje beira quase a obsessão. O caso é tão sério, que quando pego um novo livro para ler já fico imaginando se tenho um marcador para combinar com sua atmosfera. Eles podem ser quase tão companheiros quanto o livro.