quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Presente de Natal, ebaaaaaaaaaa

Foto: Lilla Ferreira
Claro que Natal não é só presente, acho até chata essa conversa e blá, blá, blá. Sou católica desde sempre, e em casa sempre comemoramos o aniversáro de Cristo. Mas também temos a tradição dos presentes. Ah! Os presentes, ainda lembro quando criança fazendo pequenos furos com alfinetes na tentativa de 'olhar' e descobrir os mistérios dos pacotes. Ou então apertando-os várias vezes, quase estragando tudo. Se me derem só uma embalagem ou uma caixa vazia, de tão boba, já fico feliz. Amo tudo. E os livros, esses são os preferidos. Dia 25 já virou tradição, comendo todas as sobras das guloseimas, jiboiando e lendo o livro novo (presente do meu amor).

domingo, 24 de novembro de 2013

Paraíba, algumas histórias

José Carlos Barreto (Foto: Helder Pinto)
Bom voltar aqui, melhor ainda com novo livro e uma noite de lançamento, não importando necessariamente qual. A atmosfera desse tipo de evento é sempre boa. E o Sebo Cultural de João Pessoa é lugar que respira essa atmosfera, afinal um lugar cheinho de livros não podia ser diferente. Na última sexta-feira (22) fui parar lá meio por acaso, lançamento quase familiar de um autor que me era desconhecido, o paraibano José Carlos Barreto. Mais uma história de alguém que foi embora para acabar voltando, com uma vontade danada de conhecer suas origens. Veio daí a ideia de escrever o livro Paraíba, algumas histórias.
 
Foto: Lilla Ferreira
O seu olhar sobre a história da Paraíba, ou sobre o próprio conceito de história, é totalmente desprovido daquela ufania colonizadora. Ele está mais para o discurso do oprimido. Seja na narrativa sobre índios, escravos, mulheres ou cangaceiros.  A julgar pelo papo agradável durante o lançamento, adoraria saber mais sobre a história de seu avô Januário Barreto, filho de Catolé do Rocha, proprietário do saudoso Jornal O Norte. Ele conta rapidamente que em 1930, por ter seu avô assumido posição contrária a João Pessoa, o jornal teve sua sede arrombada, saqueada e todas as suas instalações e máquinas destruídas, sendo em seguida incendiado.

domingo, 13 de outubro de 2013

Pausa para leitura

O tempo anda voando, a cabeça nem tanto assim. O jeito é ir resolvendo as urgências da vida e arrumando um tempinho para a leitura. É como respirar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Grande Gatsby

Meu exemplar, bem marcado depois de tantas leituras  (Edição do Círculo do Livro)
Um daqueles filmes que de tanto ler e ouvir falar sobre, a gente vai perdendo um pouco a vontade de assistir. Não sei como isso começou, mas tenho estado assim em relação a todos os filmes badalados, e o pior é que não resisto, acabo lendo tudo a respeito. A conclusão é que estou sempre fora de moda, vendo os filmes ‘fora de época’. Mas de tão apaixonada que sempre fui pelo livro, que li pela primeira vez há exatos 20 anos, não resisti. É certo que o livro estava o tempo todo na tela, muitas vezes textualmente nos diálogos, exceto o último capítulo que foi praticamente ignorado. Não sei se foi a 'leitura' moderna da montagem, o tom misturado de ficção futurista, mas alguma coisa bloqueou a possível transferência do sentimento de paixão para o filme. O certo é que logo depois do the end da nova versão de O Grande Gatsby (The Great Gatsby, Drama, EUA, 2011, 142 min.) corri para pegar meu velho e gasto exemplar, uma das obras mais conhecidas da literatura norte-americana, escrita por F. Scott Fitzgerald. Leitura rápida, um só gole.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

HIV, positivo

Final da década de 80, comemorando aniversário ao lado do amigo Daniel
Anos 80, uma época feliz, feliz, rica em originalidade e criatividade. Mas que também foi muito cruel para aqueles que conheceram em primeira mão o mal do fim do século XX. A AIDS pegou muita gente de surpresa, entre elas um amigo querido. Alguém que morreu jovem, como morreram muitos daqueles que não tiveram o privilégio e a saúde para esperar coquetéis e avanços da medicina. Mas que também não tinha discurso dramático nem dava bola para o preconceito. Ele foi vítima de seu excesso de juventude.

Assim como nos conta Lucinha Araújo sobre seu filho, em depoimento a Christina Moreira da Costa, no livro O tempo não para – Viva Cazuza (Editora Globo, 2011, 250 páginas). Ela fala de sua luta contra a doença e de como sobreviveu a perda, com a ajuda do trabalho na Sociedade Viva Cazuza. Poeta talentoso, Cazuza nunca pretendeu ser exemplo para sua geração, queria apenas viver sua vida e pagou um preço alto. Mas viveu, e ainda me espanta o preconceito quando ele se coloca como inquisidor do grande, breve e intenso artista que ele foi. Encontrei esse trecho da narrativa de sua mãe que me confortou:
"Quando pequeno, Cazuza dizia que ia ser arquiteto, ou que faria faculdade de geografia, mas acabou escrevendo uma bela história. Certa vez, recebi o e-mail de uma psicóloga que, depois de assistir ao filme Cazuza, o tempo não para, ficou impressionada com o culto à personalidade do meu filho, que considerava nociva à sociedade. 


Penso sobre o conceito que essa psicóloga faz dos artistas. E me pergunto se ela acha que quem vive uma vida normalzinha como a minha e provavelmente a dela, vai deixar alguma marca no mundo. Será que ela nunca ouviu dizer que o artista é a antena da espécie? Será que nada sabe sobre a história de Hemingway, Van Gogh, Kafka, Dalí, Mozart ou Pollock? Teria ouvido falar das experiências de Freud com a cocaína?
A vida de Cazuza dá mais que um livro e um filme. As pessoas que assistiram ao filme e leram o livro não passaram a seguir seus passos. Depois de certa idade, nós mesmos somos responsáveis pelos caminhos que traçamos. Acho muito engraçado aquele tipo de mãe que põe a culpa de tudo no que chama de más companhias, como se os filhos não tivessem a liberdade de escolher. Sempre é mais fácil pôr a culpa no outro. Difícil é compreender as diferenças e se dispor a conviver com elas".

Os tempos mudaram, as cabeças nem tanto, mas infelizmente a AIDS ainda faz suas vítimas, e hoje completa exatamente um ano que perdi outra pessoa querida por causa dela.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Crônicas da Danuza

Foto: Lilla Ferreira (com coleção de crônicas, acervo pessoal, 1995)
Saudades de um tempo que esperava ansiosamente o meu 'estadão' com a crônica da Danuza Leão. Aliás, a cada dia o jornal oferecia uma diversão diferente, sem contar o quadrinho diário do Calvin e a seriedade das informações, é claro. Acho que já li todos os seus livros, de tanto que gosto do jeito bem humorado, chique e nada politicamente correto de escrever. Mas confesso que ao ler Danuza sem juízo & sua visão de mundo (Nova Fronteira, 2012, 376 páginas), organização Sonia Biondo, achei o tom de suas crônicas um tanto repetitivo. Talvez a idéia de separar em blocos (Recordar é viver - Amores, desamores – O ser humano – Essas mulheres – Para eles – Tudo em família) tenha feito com que os temas ficassem cansativos. A sensação só passa quando se chega ao capítulo final, De tudo um pouco, onde os assuntos se misturam e a diversão é garantida.  

domingo, 22 de setembro de 2013

Exposição de Furoshiki

Voltando do VIII Festival do Japão na Paraíba, melhor a cada edição. O festival acaba hoje, mas vale à pena dar uma passada na Usina Cultural Energisa até o dia 10 de outubro para conferir a exposição Furoshiki - Eco-bag tradicional do Japão. As peças da exposição são originárias de dois acervos: Furoshikis da Fundação Japão em São Paulo, com 12 peças criadas pelos estudantes universitários de design, comemorativos ao Ano de Intercâmbio entre o Japão e os diversos países, incluindo quatro peças criadas por brasileiros, e peças variadas, do acervo do Consulado do Japão de Recife e de uma colecionadora particular de estampas e figuras tradicionais.
 
De terça a domingo, das 14h Às 20h, com entrada gratuita.
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Japão na Paraíba - VIII Festival

Foto: Arquivo pessoal (Aeroporto de Kansai - Osaka)
Acontece neste final de semana em João Pessoa o já tradicional Festival do Japão na Paraíba, realizado pela Associação Cultural Brasil Japão (ACBJ-PB) em mais uma parceria com a Usina Cultural Energisa e o Consulado do Japão de Recife. Em nove anos de existência a ACBJ-PB realizou sete edições do festival, incorporando-se ao calendário cultural da cidade. Na programação desta edição estão previstas diversas atrações como oficinas de artesanato (origami e furoshiki), exposições, palestras, apresentação de taikô e da cantora Kana Aoki – pela primeira vez no Nordeste. A praça de alimentação terá muitas comidas típicas e os fãs da cultura pop japonesa terão diversão garantida com o concurso de cosplays.


Serviço:
O que: VIII Festival do Japão na Paraíba 
Quando: dias 21 (sábado – abertura)  e 22 (domingo) de setembro 
Horário: das 9h às 21h
Quanto: o evento será gratuito na abertura, no dia 22/09, a entrada custará R$5 (preço único)
Onde: Usina Cultural Energisa  - Av. Juarez Távora, 243 – Torre 

Informações:  
 www.acbjpb.org  - comunicacaopb@energisa.com.br -Tel:(83) 3221 6343 / 9174 1797 

domingo, 15 de setembro de 2013

Para a menina, carinho de irmã

Do fundo do baú, poeminha de minha irmã Gorett
Final de semana de arrumações dá nisso, a gente vai encontrando pedacinhos da vida espalhados no tempo e nas caixas de guardados. Esse poema foi escrito por minha irmã querida e protetora, na tentativa de consolar uma menininha que já nasceu apaixonada por gatos. E como ela sofreu com cada um que partiu, cada um com seu temperamento e destino. Obrigada por essa e todas as outras tentativas de me confortar nos momentos tristes. Carinho sempre faz toda a diferença, e o seu muito mais.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sasha, nossa gatinha da sorte

Nossa Sasha, observando o mundo ao seu redor
Se Sasha estivesse viva nesta sexta-feira 13 teria uns 25 anos, talvez mais. Ela nos deixou quando tinha onze. Era tão da família que até hoje sua foto ocupa lugar de destaque na ala dos porta-retratos da casa. Por aqui não fazemos distinção de espécies, apenas de afetos. Como a maioria de nossos gatinhos, ela foi abandonada ainda filhote, dentro de uma caixinha. E não é que ela cresceu louca por caixas? Transformava em diversão qualquer mudança, experimentando todas elas. De personalidade forte, assustava as visitas mais que cachorro bravo. Reservada, elegante e discretamente carinhosa, era também teimosa.  Caso levasse bronca por alguma arte era capaz de ficar mais de um dia sem comer, sensível como ela só. Por mais que a razão dissesse o contrário, agíamos como se ela fosse viver para sempre, e não é assim com quem amamos? E não pensem que seu nome tem algo a ver com a outra, a da Xuxa, porque ela nasceu primeiro.
Livro escrito por Aline, a menininha que a Sasha esperava voltar
A inspiração para o seu nome veio depois de uma noite maravilhosa de espetáculo no Teatro Municipal paulistano, quando fomos ver uma montagem do espetáculo Orlando (baseado no romance da britânica Virginia Woolf). Ele experimenta a decepção amorosa pelas mãos de Sasha, a princesa russa que o seduz e desaparece. Na peça, Orlando corria pelo palco gritando “Sasha, meu amor”. A nossa Sasha nasceu em São Paulo, cresceu dentro de um apartamento e comia salada de matinho numa bandeja. Morreu em João Pessoa depois de experimentar um pouco de liberdade no quintal de casa, mas a verdade é que ela nunca passou dos muros e calçadas, apesar de brava e corajosa seu instinto de preservação nunca a deixou se aventurar.
Nossa Sasha "caixinha", no livro da Aline, em 1992
Quando pequena, aprendeu a amar uma menina e um menino que depois foram parar do outro lado do mundo. Ela ficava louca quando ouvia as vozes deles ao telefone, ou de todos da família que se foram e que ela tanto amava. Eles voltaram, ela ficou feliz. Eles se foram novamente e ela nunca mais os viu. Restaram as muitas fotos, as lembranças e todo o seu carinho. Sasha foi uma gatinha que sempre nos deu muita sorte e alegrias.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O espírito dos lugares (l’espirit dês lieux)


O espírito dos lugares (Editora Terceiro Nome, 2003) é o primeiro livro do fotógrafo e também advogado Eduardo Muylaert. Uma parceria com o olhar de Artur Lesches, que assina o projeto gráfico da obra, resultado da observação constante e da releitura livre e criativa dos espaços que a câmera flagrou. Uma releitura particular dos lugares por onde o fotógrafo passou, num roteiro que inclui Veneza, Buenos Aires, Paris, região da Toscana, São Paulo, Rio, Salvador, Goiás Velho, Fernando de Noronha, e estradas na região de Minas Gerais.




Lugares que se apagam ou se iluminam, a depender da lente do fotógrafo. Formas, luzes, reflexos, focos e não focos fazem surgir um mundo transformado em imagens e lugares inusitados. O título deste livro é muito feliz, pois acredito que os lugares têm sim um espírito. Alguns se revelam, outros se escondem. Adoro visitar novos lugares, amo mais ainda voltar a lugares queridos. Depois dessa ‘leitura’, vou prestar mais atenção aos espíritos soltos por aí.

sábado, 7 de setembro de 2013

Dia de desfile (e de recordações)

Em algum lugar da infância, Serra Talhada/PE
Nesta data sempre lembro do dia desta foto, minha única experiência com desfiles, porque se não me engano depois desta teimei em fugir de formalidades. Mas este sempre foi um dia especial, aniversário de meu irmãozinho-anjinho, José, que se foi há mais de cinco décadas. Um mundo de possibilidades se foi com ele, que será sempre lembrado e amado.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Parisiense, um charmoso roteiro da capital francesa

 
A moda é um elemento vivo e expressão cultural. Representação de sua época, uma manifestação simbólica capaz de explicar seu tempo. Moda conta e faz história. Cada vez mais também um grande negócio, o tema deste livro não poderia estar mais em pauta por esses dias, uma vez que o mundo da moda acaba de ter o aval para captar recursos na Lei Rouanet, a exemplo de outros setores criativos como a gastronomia, o artesanato e o design. Como conceito e estilo são coisas para lá de subjetivas, resta saber quais os critérios que serão aplicados nas escolhas dos projetos, afinal a lei existe há 22 anos e saiu de um orçamento de R$ 300 milhões em 2003 para R$ 1,7 bilhão em 2013.

Mas voltando para o mote deste post, o livro A Parisiense - O guia de estilo de Ines de La Fressange, com Sophie Gachet (Intrínseca, 2011, 239 páginas) é um daqueles exemplares que se impõe por sua forma. Bonito, muitíssimo bem acabado, alegre e colorido. Uma excelente edição que cumpre com competência seu papel de guia de moda, e de quebra desvenda alguns segredos do famoso bom gosto parisiense. Inês de La Fressange conta o que aprendeu sobre estilo e beleza durante décadas de experiência na indústria da moda. Um livro de grife que se esforça para ser despretensioso com suas dicas proibitivas para o cidadão comum, mas uma grande diversão.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O diário de Zlata (A vida de uma menina na guerra)


Zlata Filipović tem onze anos e vive em Sarajevo.Uma menina feliz preocupada apenas em viver sua infância, os estudos, aulas de piano, canto e partidas de tênis. Mantém um diário, no qual vai registrando seu cotidiano, mas a guerra eclode na ex-Iugoslávia e desmorona seu universo. As preocupações do dia-a-dia desaparecem diante do medo, da raiva, da perplexidade. Através da escola de Zlata, seu diário foi descoberto pela UNICEF e selecionado para publicação, recebendo enorme publicidade. Proclamada a "Anne Frank de Sarajevo", ela sente-se desconfortável, porque, diferentemente de Anne, ela teve a sorte de sobreviver. Zlata e sua família refugiaram-se em Paris, passaram uma temporada na Inglaterra e depois se transferiram para Dublin, na Irlanda. Quando adulta, obteve bacharelado em Ciências Humanas e mestrado na área de saúde pública em estudos da paz internacional. 

A guerra não a deixa amarga, apenas a obriga a amadurecer. Com sabedoria e bom humor, vai lidando com o novo mundo, e é através de sua escrita que Zlata elabora a brutalidade da guerra. A menininha que queria apenas ser criança aprende a conviver com a crueldade da política e com as perdas. Curioso o efeito que a leitura de seu diário causa em uma antiga menininha que também sofreu com Anne Frank no começo da adolescência. Lembro-me que o sofrimento de Anne me parecia maior que o nazismo. Hoje, a percepção do sofrimento lido no Diário de Zlata (Companhia das Letras, 1994, 181 páginas) tinha sempre relação direta com a compreensão do conflito. É o preço de tornar-se adulto. Fico imaginando o futuro roubado de todas as crianças que morrem de graça, na guerra e na miséria.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Peleja da Carta com o E-mail



Xilogravura: Marcelo Soares

Quase tão bom quanto a leitura de um cordel é passar a vista pelos seus títulos, essa sim já uma bela leitura. Adoro, sempre tão cheios de humor e sabedoria. Especialistas em comunicação fariam teses e tratados com esse tema, Peleja da Carta com o E-mail, escrito pelo paraibano Janduhi Dantas. Como no cordel alguns atacariam a carta, chamando-a de lenta e preguiçosa. Enquanto outros ficariam contra o e-mail, acusando-o de ser frio e sem poesia.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tempo de Esperas

O itinerário de um florescer humano


Há tempos não refletia sobre minha fé, oportunidade que veio com a leitura de Tempo de Esperas (Editora Planeta do Brasil, 2011, 165 páginas), do Padre Fábio de Melo. Gosto da sua voz e de suas canções, costumo discordar de alguns de seus posicionamentos, que me parecem tão antigos para uma cabeça jovem, mas enfim acabei gostando do seu tom de escrita. Foi interessante refletir sobre o tempo, que é redentor, e que segundo o autor nos ajuda na experiência do distanciamento, nos fazendo enxergar com mais leveza os acontecimentos do passado. O fato é que após a leitura da troca de cartas entre Abner, um velho e sábio professor, e Alfredo, um jovem ambicioso e atormentado pelo abandono da mulher amada, aproveitei para refletir sobre minha religiosidade.  

 

Aos personagens coube a discussão de diversas questões humanas, estando eles entre lados opostos do desejo, como se fossem o passado e o futuro de uma mesma existência. A mim, coube relembrar como Deus se colocou em momentos diferentes de minha vida. A convivência com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição na Infância e as rápidas visitas à Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho. A fase extremamente feliz na Paróquia de São João de Brito, lugar de questionamentos e de convivência saudável com a liberdade da juventude. E finalmente hoje, a serenidade da vizinha Paróquia Sant’Ana.  Sim, eu preciso de Deus, por mais racional que minha mente possa ser.

 

Paróquia Sant'Ana - João Pessoa (PB)
Paróquia São João de Brito (São Paulo)

Nossa Senhora do Bom Conselho(Princesa Isabel/PB

Igreja de Nossa Senhora da Conceição (São José de Princesa/PB)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Comprinhas da semana


O resultado de uma “passadinha rápida” na I Feira de Livros do Shopping Tambiá, quase uma salada de frutas de livros e estilos: Auto da Compadecida (Ariano Suassuna), O Diário de Zlata – A vida de uma menina na guerra (Zlata Filipovic), Viajar é sonhar acordado (Carlos Romero), Corações Sujos (Fernando Morais), Os dez mandamentos da Ética (Gabriel Chalita), Aventuras da Família Brasil (Luís Fernando Veríssimo), e Made in Japan – Akio Morita e a Sony (com Edwin M. Reingold e Mitsuko Shimomura).

domingo, 25 de agosto de 2013

Feira de Livros

Coisa boa poder conciliar uma olhadela nas vitrines com um passeio por estantes de livros. Uma parceria promove, até o próximo dia 31 de agosto, a I Feira de Livros do Shopping Tambiá com acervo de O Sebo Cultural, com direito a diversas atividades literárias. E para completar, você ainda pode dar um pulinho no café ao lado, fingir que o barulho das sacolas em nada te atrapalham, e começar a folhear os livros comprados por um precinho bem camarada.

Participação dos escritores Hildeberto Barbosa Filho e
Willis Leal,neste sábado (24/08)
(Foto: Helder Pinto)

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

Foto: Helder Pinto

O fotógrafo Helder Pinto, esperando ansioso o autógrafo do
simpático Luizinho Bola Cheia.
(Foto: Lilla Ferreira)
 



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

LILJA 4-EVER (Para Sempre Lilya)




Um daqueles filmes que se descobre por acaso, sem nenhuma referência, foi assim com Para Sempre Lilya (Drama, Suécia/Dinamarca, 2002, 109 min.). Na verdade, o que me chamou a atenção foi o fato da personagem principal ter o mesmo nome que meu apelido (Lilia, Lila, Lilla, Liazinha e outras variações), mas o filme foi uma grata surpresa. Um tanto angustiante, graças à atmosfera de pesada falta de perspectiva e de um ambiente (ainda!) naturalmente machista. O roteiro do filme foi baseado na vida de Danguole Rasalaite, uma garota de 16 anos da Lituânia que foi manchete na Suécia em 2000.



Conta a história de Lilya, uma garota de 16 anos, que tem como único amigo o garoto Volodja, e que foi abandonada pelo pai ao nascer e pela mãe na adolescência. Eles moram numa vila pobre na Estônia, fantasiando sobre uma vida melhor. Certo dia, Lilya se apaixona por Andrej, que diz estar indo para a Suécia e a convida para ir com ele iniciar uma vida nova. Vida esta que parece mais uma vez estar fadada ao fracasso e sofrimento, passivo e silencioso. Uma menina forte, mas que se torna tão frágil diante do tamanho do peso que se coloca, para alguém tão jovem e sozinha. Tocante.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Oficina do Escritor


Acabo de descobrir mais uma de minhas contradições, eterna geminiana. Para quem vivia gabando-se de ser apenas leitora, soa bem pretensioso esse tal de blogue, afinal o que é isto aqui? Continuo achando que o fato de gostar de ler não faz com que você seja candidato a escritor. E que se todo leitor começar a escrever, quem vai ler tantos livros? Talvez escrever sobre o que se lê possa funcionar apenas como extensão de leitura. Talvez ler e escrever sejam, para mim, como o ar que respiro. E talvez seja uma sorte para o autor de A Oficina do Escritor (Ateliê Editorial, 2008, 149 páginas), Nelson de Oliveira, que existam sim leitores-escritores e os valorosos oficinandos. Afinal ele transformou sua experiência como escritor numa produtiva atividade pedagógica. A intenção é ajudar autores inexperientes a praticar a reflexão e a disciplina, de forma a evitar clichês e aprender a lidar com o mundo literário 
 
Mas bastou seguir na leitura que minha teoria se confirmou, pois segundo o autor “tão intenso quanto o prazer de escrever (a montagem cuidadosa de um texto) é o de ler (a desmontagem cuidadosa de um texto). O uso eficiente da caixa de ferramentas tem o poder de multiplicar o sentido da obra investigada. Com as ferramentas certas à mão, cada nova leitura não só repete os passos da construção do texto, como revela suas camadas mais profundas, até então desconhecidas até mesmo do próprio autor.”