quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fast Food


Leitura leve e rápida. Foi assim com Sushi (Bertrand Brasil/BestBolso, 2012, 558 páginas), de Marian Keyes. Ele veio parar no carrinho de supermercado por acaso, acho que era uma boa promoção, e a hora da fome. Adoro sushi. E porque não? Eram dias de folga, perfeitos para leitura descompromissada. O bom foi descobrir que a coisa toda do livro acontecia exatamente no universo de uma redação de revista feminina. É como dizem, as águas acabam correndo para o mar. Apesar do tom de romance feminino + best seller, me diverti reconhecendo comportamentos na tal redação, e de quebra ainda conheci um pouco da Irlanda, onde a estória se desenrola.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

My family

Meu pai João, minhas irmãs Maria Gorett e Maria Rogéria, eu (a Maria que virou Lilla), e minha mãe Francisca

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Inch'allah


Algumas coisas nos fazem acreditar que realmente menos é mais. O filme Inch’allah (Inglês/Francês/Hebreu, Drama, 2012, 102 min.) é de uma singeleza que chega a incomodar. Por vezes esperei que a ação fosse evoluir, e nada. A narrativa continuava linear, contando uma história complicada de forma simples. À medida que o filme avança a gente se dá conta de que realmente não precisa mais, o sofrimento e a angústia dos personagens preenchem todas as antigas expectativas de ação. O drama é psicológico. As dores são subjetivas. Mas a história é bem real, e o que vemos na tela acontece agora, enquanto escrevo esse texto. Saber disso, sofrer com eles e sentir-se impotente diante de tudo, já é o suficiente. 
 
Sinopse

Chloé é uma jovem médica canadense que divide seu tempo entre o Ramallah, onde trabalha com a Organização Humanitária "Red Crescent", e Jerusalém, onde mora ao lado de sua amiga Ava, uma jovem soldado israelense. Cada vez mais sensível ao conflito, Chloé vai diariamente pelo posto entre as duas cidades para chegar ao campo de refugiados, onde monitora as gestações de mulheres jovens. Como se torna amiga de Rand, uma de suas pacientes, Chloé aprende mais sobre a vida nos territórios ocupados e começa a passar algum tempo com a família de Rand. Dividida entre os dois lados do conflito, Chloé tenta tudo que pode para criar elos entre suas amigas, mas sofre por permanecer uma eterna estrangeira para ambos os lados.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Instituto dos Cegos


O Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha (ICPAC) realizará a sua tradicional festa de São João, consagrada pela animação contagiante de quem têm tantas histórias de superação para celebrar. O autêntico forró pé de serra será garantido pelo show da Banda Caçuá, com participação do cantor Beto Melo e do Trio Forró Pesado, composto por deficientes visuais. A Quadrilha do Coronel Laurentino, uma das poucas no Brasil formada por casais de cegos, será outro ponto alto da programação, homenageando o mestre Sivuca, com o tema “Feira de Mangaio”. 

Serviço
Data: hoje (14/06/2013) 
Hora: a partir das 19h00
Local: Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha, localizado na Av. Santa Catarina, 396, Bairro dos Estados, João Pessoa (PB)
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Casagrande e seus Demônios

Invadindo o campo do "inimigo"


Ainda na adolescência, influenciada por alguma personagem de romance que não recordo o nome, teimei em escrever diários. A mania não vingou, ia dando uma preguiça. Mas uma coisa é certa, outro dia os encontrei e me surpreendi. Ao contrário da tal personagem do romance, o tema mais recorrente nos meus diários era o futebol. Resultados de jogos, comentários, a alegria de ver o time ganhar, a guerra com os meninos adversários na escola. Sendo assim, não tinha como deixar de admirar o talento de Casagrande, mesmo sendo torcedora do tricolor paulista. Corintiano roxo, ele foi me conquistando de verdade aos poucos como comentarista. Embora ainda me irrite com sua torcida descarada nos jogos do São Paulo x Corinthians, comentados por ele na televisão. Mas sua sinceridade exagerada acabou me levando para o seu time e deixando-me curiosa para conhecer seu drama no livro “Casagrande e seus demônios” (Globolivros, 2013, 242 páginas) escrito em parceria com Gilvan Ribeiro.

Como toda narrativa autorizada, essa não foge à mania de carregar menos na tinta de algumas histórias ou personagens. Casagrande se expõe com firmeza e facilidade, mas poupa claramente sua família. Filhos, pais e amores são apenas pincelados aqui e acolá. Um exemplo é o fato do problema vivido com o alcoolismo do pai, durante sua adolescência, ser colocado discretamente quase ao final do livro, e ainda por cima como se não tivesse muito a ver com seus demônios. Mas o livro é bem escrito, com uma não linearidade que enriquece a leitura, e recheado de boas histórias. Não tem o tom paternalista de alguns discursos no combate às drogas, sua cor é forte. O craque se coloca como alguém que curtiu a vida, não se arrepende, mas perdeu a mão e se ferrou. Que demorou a admitir que é impotente perante as drogas, mas também que teve a chance de recomeçar, algo que seu companheiro Sócrates não conseguiu. Talvez um bom exemplo para aqueles que defendem a internação compulsória. Se não fosse a coragem de seu filho mais velho de interná-lo à revelia, talvez não estivesse vivo para contar a história.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Colocando a leitura em dia...

Revista Caros Amigos
...e um pouco triste ao perceber que as publicações impressas continuam encolhendo, cada vez menos páginas. Suspeito que isso tenha a ver não só com as novidades do mundo digital, mas talvez passe também pela falta de interesse pela reflexão. Estamos num mundo ligeiro, cada vez mais.

sábado, 1 de junho de 2013

Meus Livros

A trajetória de Padim Ciço


Em tempos de crise uma boa pedida é se pegar com a fé. E o momento pede santo forte, de preferência da região. O escolhido foi meu Padim Ciço. Cresci ouvindo histórias, mas acho que como a grande maioria dos fiéis pouco sabia sobre a trajetória desse religioso que virou personagem. O livro Padre Cícero – Poder, Fé e Guerra no Sertão, de Lira Neto (Companhia das Letras, 2009, 557 páginas) narra em detalhes sua história. Para o meu paladar literário detalhes demais. Quando não estava perdida na riqueza excessiva de detalhes e nuances da história dos 90 anos de vida do padre Cícero Romão Batista, estava tentando tomar partido. O tempo todo vagando entre os que acreditam em sua boa fé, e aqueles que acreditam ter sido ele um grande oportunista. Acho que no fim das contas acabei ficando do lado daqueles que acreditam, e ainda aproveitei para fazer uma promessa, afinal o momento pede e ninguém é de ferro.
Um homem de boa (grande) fé. Talvez vítima de um momento histórico complicado para homens religiosos contestadores. Talvez um tanto ingênuo no início e bem astuto ao final. Mas com certeza cercado por alguns aproveitadores. A paixão por sua terra era quase proporcional a sua vocação. Oportunidade de conhecer um pouco a trajetória “desse homem misterioso que, mesmo tendo um decreto de excomunhão contra si, arrebatou o coração das massas e passou à memória coletiva e ao panteão popular como santo”. Uma condição que a igreja está revendo atualmente, afinal parece um grande desperdício ignorar a romaria de fiéis que até hoje ruma ao Juazeiro atrás das graças do santo nordestino.