terça-feira, 27 de novembro de 2012

INFANTIL (a arte de ensinar o gosto pela leitura)

www.itau.com.br/itaucrianca

Em tempos de tecnologia avançada, continuo encantada com o carteiro. Desta vez ele me trouxe a Coleção Itaú de Livros Infantis. O objetivo da instituição é estimular o hábito da leitura nas crianças, e para isso espera contar com a boa vontade dos adultos, que ao receberem o material devem ler para seus pequenos. Segundo o projeto, o adulto que compartilha uma leitura com uma criança está resguardando o direito dela à educação, à cultura e também ao lazer. Me chamou atenção a observação para ler a história, ao invés de contá-la. Essa é uma tentação de certos adultos, que pensam estar “facilitando” a história, e pecam por subestimar a capacidade da turminha. Tirando delas também a oportunidade de conhecer novas palavras e estimular a curiosidade e o vocabulário. Lendo é que se aprende a ler. Aproveito para confessar, minha criança interior (que teima em não crescer, pelo menos nessas horas) adorou e devorou os livrinhos. Adoro literatura infantil, e dificilmente resisto a uma boa aventura.
 
Morrendo de rir com o morango disfarçado!
Ilustração Don Wood
 
Apaixonada pelo gatinho preto!
Ilustração Flávio Fargas
 

sábado, 24 de novembro de 2012

YAKUZA (surpreendentes revelações da filha de um gângster)

 
Dizem que as águas correm para os rios, e estes para o mar. Tal qual minhas leituras. De alguma maneira misteriosa, cada época é marcada por um tema. Uma coisa meio de fase. Juro que sem intenção, não procuro. Simplesmente os olhos correm em direção a determinados rios. Foi assim com o livro “A Lua de Yakuza”, de Shoko Tendo (Editora Escala, 2010, 246 páginas). Não tinha nenhuma referência, sequer sabia que ele estava em quase todas as bancas de jornal. Fui encontrá-lo em Campina Grande (PB), por acaso. Aliás, fui parar lá também meio por acaso. Como já confessei, não resisto aos ares do oriente. Memórias devastadoras, um texto chocante e comovente.
 
Curioso alguém, uma mulher, falar tão abertamente sobre um assunto quase proibido. Nascida em família de um rico chefe da yakuza, Shoko Tendo cresceu cercada de luxo. Mas o rótulo de “a garota yakuza” fez dela vítima de assédio moral e discriminação por parte de professores e colegas na escola. O pai começa a se endividar, torna-se bêbado e raivoso. Na adolescência Shoko já faz parte de gangues e conhece o mundo das drogas. Após passar por uma série de relacionamentos abusivos e violentos e a morte dos pais, resolve dar uma guinada em sua vida, e consegue.
Um detalhe, ela saiu do universo da temida máfia japonesa, e começou esse processo exatamente com algo contraditório, tatuando todo o corpo. Ao sair, deixou um registro. Talvez para não esquecer nunca mais para onde não deveria voltar.  Tomando posse de sua vida e de seu corpo. Não sei se um grande livro, mas uma boa história. E também uma oportunidade para entender que todos temos um Lado B, os países também.


 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

CORAÇÃO EM CINZAS

Acabo de descobrir uma nova fonte de aventuras. Uma biblioteca que me envia livros pelos correios. O difícil, como sempre foi, é devolver um exemplar querido. É como perder um grande amigo. Coração em cinzas – Memórias de uma filha chinesa rejeitada, de Adeline Yen Mah (Landscape, 2007, 278 páginas) foi paixão à primeira vista. Por motivos óbvios, tenho uma natural simpatia por tudo que se refira aos ares asiáticos. Se a história possuir também uma dose de realidade e um bom personagem feminino, pronto, já me fisgou. Devorei o relato autobiográfico da médica chinesa Adeline Yen, nascida em 1937, ao norte de Xangai, em busca das mais básicas necessidades humanas: aceitação, amor e compreensão.
 
A cruel realidade de sua vida junto a uma família problemática, na qual o preconceito dos irmãos e a indiferença do pai eram terrivelmente agravados pelos incompreensíveis maus tratos impetrados por sua madrasta, cruel e manipuladora. Uma sensação de impotência, diante de uma sociedade que pode ser tirana, covarde e desumana. Uma mostra de que a realidade pode ser muito, mas muito mais cruel que a ficção. Hoje, Adeline é casada, vive na Califórnia com seus dois filhos e é muito feliz.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ALDEIA (ou a arte de ficar em casa)


Campina Grande (PB)
 
Tolstoi, escritor de Guerra & Paz, livro que li aos 15 anos, pretensiosa (pouco entendi, confesso, penso um dia tentar de novo), também afirmou: "Conhece tua aldeia e serás universal" . A vontade de ficar quieta, apenas dona do meu próprio tempo e nariz, flanando por aí no ócio nem um pouco criativo, me obrigou a resumir as pequenas férias a uma viagem ligeira. No quintal de casa, sem trocadilhos. Horas andando pelo Centro, coisa que adoro. Praça da Bandeira. Exposição no Museu Chateaubriand. A Feira. Loja do 13 (Galoooooo). Shopping Boulevard. Sebos. Açude Velho. Bancas de jornal (sempre). Tropeiros da Borborema. Frans Café. Casa de família e um amor a tiracolo. Perfeito.
 
Tropeiros da Borborema
 



Sem pressa para levantar
 


Adoro cactos, sinto-me em casa



 

 

domingo, 4 de novembro de 2012

PAUSA (ou a arte de desacelerar a vida, pensamentos e sentimentos)

Editora Globo
O tempo é curto. Tanto, que antes de começar o período de recesso já conto com uma agenda cheia de "pequenas coisas a fazer". Essa vidinha de detalhes, coisinhas para resolver, nos toma um tempo precioso. Para distrair, furei a fila enorme de títulos para ler. Não resisti ao namoro antigo e aqui estou, com minha sonhada biografia da Frida. Torcendo para que nessa viagem (talvez a única do rápido recesso) saia inspirada com o magnetismo da artista. Afinal, a vida ligeira e cotidiana também precisa de ARTE.