quarta-feira, 1 de setembro de 2010

GARRINCHA

Aproveitando a ressaca da Copa do Mundo, engatei a leitura de “Estrela Solitária”, de Ruy Castro (Companhia das Letras, 1995, 520 páginas), um relato recheado de detalhes jornalísticos sobre a vida do extraordinário Manuel dos Santos, o ‘Mané’ Garrincha. Os detalhes cansam um pouco, mas fazem jus ao excelente trabalho de pesquisa do autor. E a convivência com outra realidade do nosso futebol também é muito interessante. Um tempo onde os atletas jogavam mais por amor à camisa e não apenas para cumprir contratos milionários. Uma visão romântica dessa profissão que na verdade foi a tragédia de Garrincha, aliada a uma infância pobre e a uma doença chamada alcoolismo (que ainda hoje a maioria das pessoas não consegue encarar como ‘doença’). O amor ao futebol, ao prazer de jogar, aliados à sua tão cantada ingenuidade foram as desgraças desse jogador. Se ele não fosse tão ingênuo e tivesse encarado sua profissão como profissão, talvez não tivesse acabado na miséria. Quem sabe também não teria perdido o grande amor da sua vida, Elza Soares, um exemplo de dedicação ao seu homem. Incrível as histórias de como o casal foi perseguido por uma falsa moral, que não aceitava essa relação, como se terceiros tivessem esse direito.

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