A qualidade da foto está péssima, vou ser
obrigada a confessar que trata-se de um slide de monóculo digitalizado, coisa
de mil novecentos e bolinha, que entrega de cara a idade da pessoa. Sim, nasci
em 1968, o ano do Zuenir Ventura, aquele que "não terminou". O tempo
cronológico não me assusta. Nunca quis ser mais velha, nem mais nova. Meu tempo
é, e sempre foi, o presente. Mas vez por outra é bom girar o pescoço e
vislumbrar quem você era. Gosto disso. O tempo histórico, esse me interessa.
Tenho poucas fotos de minha infância, conto nos dedos das mãos. Mas a memória
afetiva, essa é recheada de imagens. Essa menininha da foto era tagarela,
curiosa, teimosa, e já amava os gatos e a natureza. Ela nasceu vegetariana, sem
teses, essas vieram depois. Milhares delas.
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