sábado, 24 de novembro de 2012

YAKUZA (surpreendentes revelações da filha de um gângster)

 
Dizem que as águas correm para os rios, e estes para o mar. Tal qual minhas leituras. De alguma maneira misteriosa, cada época é marcada por um tema. Uma coisa meio de fase. Juro que sem intenção, não procuro. Simplesmente os olhos correm em direção a determinados rios. Foi assim com o livro “A Lua de Yakuza”, de Shoko Tendo (Editora Escala, 2010, 246 páginas). Não tinha nenhuma referência, sequer sabia que ele estava em quase todas as bancas de jornal. Fui encontrá-lo em Campina Grande (PB), por acaso. Aliás, fui parar lá também meio por acaso. Como já confessei, não resisto aos ares do oriente. Memórias devastadoras, um texto chocante e comovente.
 
Curioso alguém, uma mulher, falar tão abertamente sobre um assunto quase proibido. Nascida em família de um rico chefe da yakuza, Shoko Tendo cresceu cercada de luxo. Mas o rótulo de “a garota yakuza” fez dela vítima de assédio moral e discriminação por parte de professores e colegas na escola. O pai começa a se endividar, torna-se bêbado e raivoso. Na adolescência Shoko já faz parte de gangues e conhece o mundo das drogas. Após passar por uma série de relacionamentos abusivos e violentos e a morte dos pais, resolve dar uma guinada em sua vida, e consegue.
Um detalhe, ela saiu do universo da temida máfia japonesa, e começou esse processo exatamente com algo contraditório, tatuando todo o corpo. Ao sair, deixou um registro. Talvez para não esquecer nunca mais para onde não deveria voltar.  Tomando posse de sua vida e de seu corpo. Não sei se um grande livro, mas uma boa história. E também uma oportunidade para entender que todos temos um Lado B, os países também.


 
 

Um comentário:

  1. Ola. Gostaria de saber se essa última imagem da mulher tatuada agachada, se essa imagem faz parte do livro?

    Deixo meu email pois gostaria muito de saber!
    obrigado!

    pessoasboas@gmail.com

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