HANAMI

A arte de observar o Sakura pode ser uma sábia maneira de aprender a contemplar a vida. 

Então é isso, as águas correm realmente para o mar. Acho que a saudade da minha turminha na terra do sol nascente acaba funcionando como um ímã. Novamente o acaso me leva ao universo do Japão, dessa vez curiosamente em um filme, vejam só, alemão. Hanami: Cerejeiras em Flor (Kirschbluten - Hanami/Alemanha/França/2008) uma história aparentemente improvável que acaba por se mostrar absolutamente verossímil, uma trama sensível e rica em simbolismos. E falando no assunto, talvez não seja coincidência estarmos chegando no final de março, exatamente quando começa o espetáculo do "hanami", o costume tradicional japonês de contemplar a beleza das flores, especialmente a flor de cerejeira.

O FILME

 

Rudi Angermeier (Elmar Wepper) e Trudi Angermeier (Hanellore Elsner) formam um casal de terceira idade com uma vida rotineira e tranquila. Ao receber a notícia de que seu marido está com uma doença que lhe dá poucos meses de vida, os médicos aconselham a Trudi que tenha cuidado ao contar a ele sobre a enfermidade e sugerem que o casal aproveite os últimos momentos para viajar ou realizar alguns de seus sonhos. Sem contar ao marido da doença, Trudi convence-o a saírem do interior da Alemanha e irem à Berlin para visitarem os filhos. Ironicamente, Trudi morre, deixando seu marido sozinho em meio ao desprezo dos filhos.

Como forma de compensar os sonhos da esposa que não pôde realizar, Rudi parte em uma jornada em busca da essência de uma das formas de expressão que sua mulher mais admirava: o butô, uma dança típica oriental. A época de sua visita coincide com o período do Hanami, o festival das cerejeiras. Suas flores simbolizam a beleza, as mudanças e um novo começo.