quinta-feira, 14 de março de 2013

POESIA

BOAS ENTREVISTAS DESSE GRANDE (POETA) CONVERSADOR

 
Dizem que hoje é o dia da poesia, e eu que pensava ser todo dia. Dia de falar da leitura de “Encontros – Vinícius de Moraes”, Apresentação de Sérgio Cohn e Simone Campos (Azougue Editorial, 2007, 237 páginas). O poeta e compositor apaixonado, o homem que viveu intensamente a cultura e a história do século XX, atuando em suas mudanças e convivendo intimamente com seus protagonistas, completaria 100 anos. Desconfio um pouco de homens que endeusam mulheres, essas coisas de musa e tal. Sempre tenho a impressão de que quando falam que “gostam de mulheres” acabam não se referindo a ninguém. E elas são sempre substituídas, como aconteceu com o poeta ao longo da vida, aquele que dizia ser a mulher o seu fio-terra.  Mas seria até um desaforo (pretensioso) diminuir o papel de Vinícius no mundo da poesia por este detalhe.
 
Uma delícia as perguntas, melhor ainda as respostas. Cada entrevistado descobre um pedacinho desse homem-poeta cheio de lados. Nomes como Otto Lara Resende, Ricardo Noblat e Clarice Lispector. Vinícius não era ainda o figurão de hoje, mas já encantava. O homem que diz que a felicidade tem que ser construída através da cultura, que todo ser humano tem direito ao conhecimento, é o mesmo que defende o direito à brincadeira. “Tem gente que esquece que tudo é sério, mesmo as brincadeiras, e então essa gente assume uma ‘coerência’ que eu não entendo nem quero, uma coerência burguesa e limitadora”, afirmou o poeta Vinícius de Moraes, sempre de parceria com o lado bom da vida. Ele disse também, “pensar inteligente me chateia”.
 
Encontros, a arte da entrevista
A Coleção Encontros visa resgatar a entrevista como meio privilegiado de comunicação. Valendo-se de uma linguagem informal e abordando questões imediatas, torna-se um espaço estratégico para a atuação de intelectuais e artistas na criação de um mundo múltiplo, solidário e sustentável.

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