BOAS ENTREVISTAS DESSE GRANDE (POETA) CONVERSADOR
Dizem que hoje é o dia da
poesia, e eu que pensava ser todo dia. Dia de falar da leitura de “Encontros –
Vinícius de Moraes”, Apresentação de Sérgio Cohn e Simone Campos (Azougue
Editorial, 2007, 237 páginas). O poeta e compositor apaixonado, o homem que
viveu intensamente a cultura e a história do século XX, atuando em suas
mudanças e convivendo intimamente com seus protagonistas, completaria 100 anos.
Desconfio um pouco de homens que endeusam mulheres, essas coisas de musa e tal.
Sempre tenho a impressão de que quando falam que “gostam de mulheres” acabam
não se referindo a ninguém. E elas são sempre substituídas, como aconteceu com
o poeta ao longo da vida, aquele que dizia ser a mulher o seu fio-terra. Mas seria até um desaforo (pretensioso)
diminuir o papel de Vinícius no mundo da poesia por este detalhe.
Uma delícia as perguntas,
melhor ainda as respostas. Cada entrevistado descobre um pedacinho desse
homem-poeta cheio de lados. Nomes como Otto Lara Resende, Ricardo Noblat e Clarice
Lispector. Vinícius não era ainda o figurão de hoje, mas já encantava. O homem
que diz que a felicidade tem que ser construída através da cultura, que todo
ser humano tem direito ao conhecimento, é o mesmo que defende o direito à
brincadeira. “Tem gente que esquece que tudo é sério, mesmo as brincadeiras, e
então essa gente assume uma ‘coerência’ que eu não entendo nem quero, uma
coerência burguesa e limitadora”, afirmou o poeta Vinícius de Moraes, sempre de
parceria com o lado bom da vida. Ele disse também, “pensar inteligente me
chateia”.
Encontros, a arte da
entrevista
A Coleção Encontros visa
resgatar a entrevista como meio privilegiado de comunicação. Valendo-se de uma
linguagem informal e abordando questões imediatas, torna-se um espaço estratégico
para a atuação de intelectuais e artistas na criação de um mundo múltiplo,
solidário e sustentável.
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