Acabo
de descobrir mais uma de minhas contradições, eterna geminiana. Para quem vivia
gabando-se de ser apenas leitora, soa bem pretensioso esse tal de blogue,
afinal o que é isto aqui? Continuo achando que o fato de gostar de ler não faz
com que você seja candidato a escritor. E que se todo leitor começar a
escrever, quem vai ler tantos livros? Talvez escrever sobre o que se lê possa
funcionar apenas como extensão de leitura. Talvez ler e escrever sejam, para
mim, como o ar que respiro. E talvez seja uma sorte para o autor de A Oficina
do Escritor (Ateliê Editorial, 2008, 149 páginas), Nelson de Oliveira, que
existam sim leitores-escritores e os valorosos oficinandos. Afinal ele transformou
sua experiência como escritor numa produtiva atividade pedagógica. A intenção é
ajudar autores inexperientes a praticar a reflexão e a disciplina, de forma a
evitar clichês e aprender a lidar com o mundo literário
Mas
bastou seguir na leitura que minha teoria se confirmou, pois segundo o autor “tão
intenso quanto o prazer de escrever (a montagem cuidadosa de um texto) é o de
ler (a desmontagem cuidadosa de um texto). O uso eficiente da caixa de
ferramentas tem o poder de multiplicar o sentido da obra investigada. Com as
ferramentas certas à mão, cada nova leitura não só repete os passos da
construção do texto, como revela suas camadas mais profundas, até então
desconhecidas até mesmo do próprio autor.”
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