terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Oficina do Escritor


Acabo de descobrir mais uma de minhas contradições, eterna geminiana. Para quem vivia gabando-se de ser apenas leitora, soa bem pretensioso esse tal de blogue, afinal o que é isto aqui? Continuo achando que o fato de gostar de ler não faz com que você seja candidato a escritor. E que se todo leitor começar a escrever, quem vai ler tantos livros? Talvez escrever sobre o que se lê possa funcionar apenas como extensão de leitura. Talvez ler e escrever sejam, para mim, como o ar que respiro. E talvez seja uma sorte para o autor de A Oficina do Escritor (Ateliê Editorial, 2008, 149 páginas), Nelson de Oliveira, que existam sim leitores-escritores e os valorosos oficinandos. Afinal ele transformou sua experiência como escritor numa produtiva atividade pedagógica. A intenção é ajudar autores inexperientes a praticar a reflexão e a disciplina, de forma a evitar clichês e aprender a lidar com o mundo literário 
 
Mas bastou seguir na leitura que minha teoria se confirmou, pois segundo o autor “tão intenso quanto o prazer de escrever (a montagem cuidadosa de um texto) é o de ler (a desmontagem cuidadosa de um texto). O uso eficiente da caixa de ferramentas tem o poder de multiplicar o sentido da obra investigada. Com as ferramentas certas à mão, cada nova leitura não só repete os passos da construção do texto, como revela suas camadas mais profundas, até então desconhecidas até mesmo do próprio autor.”

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