sexta-feira, 27 de setembro de 2013

HIV, positivo

Final da década de 80, comemorando aniversário ao lado do amigo Daniel
Anos 80, uma época feliz, feliz, rica em originalidade e criatividade. Mas que também foi muito cruel para aqueles que conheceram em primeira mão o mal do fim do século XX. A AIDS pegou muita gente de surpresa, entre elas um amigo querido. Alguém que morreu jovem, como morreram muitos daqueles que não tiveram o privilégio e a saúde para esperar coquetéis e avanços da medicina. Mas que também não tinha discurso dramático nem dava bola para o preconceito. Ele foi vítima de seu excesso de juventude.

Assim como nos conta Lucinha Araújo sobre seu filho, em depoimento a Christina Moreira da Costa, no livro O tempo não para – Viva Cazuza (Editora Globo, 2011, 250 páginas). Ela fala de sua luta contra a doença e de como sobreviveu a perda, com a ajuda do trabalho na Sociedade Viva Cazuza. Poeta talentoso, Cazuza nunca pretendeu ser exemplo para sua geração, queria apenas viver sua vida e pagou um preço alto. Mas viveu, e ainda me espanta o preconceito quando ele se coloca como inquisidor do grande, breve e intenso artista que ele foi. Encontrei esse trecho da narrativa de sua mãe que me confortou:
"Quando pequeno, Cazuza dizia que ia ser arquiteto, ou que faria faculdade de geografia, mas acabou escrevendo uma bela história. Certa vez, recebi o e-mail de uma psicóloga que, depois de assistir ao filme Cazuza, o tempo não para, ficou impressionada com o culto à personalidade do meu filho, que considerava nociva à sociedade. 


Penso sobre o conceito que essa psicóloga faz dos artistas. E me pergunto se ela acha que quem vive uma vida normalzinha como a minha e provavelmente a dela, vai deixar alguma marca no mundo. Será que ela nunca ouviu dizer que o artista é a antena da espécie? Será que nada sabe sobre a história de Hemingway, Van Gogh, Kafka, Dalí, Mozart ou Pollock? Teria ouvido falar das experiências de Freud com a cocaína?
A vida de Cazuza dá mais que um livro e um filme. As pessoas que assistiram ao filme e leram o livro não passaram a seguir seus passos. Depois de certa idade, nós mesmos somos responsáveis pelos caminhos que traçamos. Acho muito engraçado aquele tipo de mãe que põe a culpa de tudo no que chama de más companhias, como se os filhos não tivessem a liberdade de escolher. Sempre é mais fácil pôr a culpa no outro. Difícil é compreender as diferenças e se dispor a conviver com elas".

Os tempos mudaram, as cabeças nem tanto, mas infelizmente a AIDS ainda faz suas vítimas, e hoje completa exatamente um ano que perdi outra pessoa querida por causa dela.

3 comentários:

  1. Maria, eu queria ter a coragem de adotar a máxima do Cazuza:" melhor viver 10 anos a mil do que mil anos a 10." E concordo plenamente com a mãe dele.
    Infelizmente, depois de todos esses anos, o preconceito e o tabu em relação à Aids ainda prevalecem. Agorinha mesmo, temos uma pessoa bem próxima que acaba de receber o diagnóstico de Aids e está entre a vida e a morte, mas estão nos pedindo para evitar citar o nome da doença - todos sabemos mas fingimos que não sabemos, para "respeitar" os familiares. E eu penso que deveria ser o contrário: é preciso desmistificar a Aids, mostrando que até uma tia velha pode pegá-la, e não é um "mal gay" - mas depois de todos esses anos, a evolução tem sido mínima. :-(

    Beijo,

    Eli Fajardo

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    1. Eu também invejo a coragem do Cazuza, na vida e na maneira de enfrentar a doença, principalmente naquela época. Mas parece que quando se trata desse assunto (e de tantos outros!) avançamos mais no combate a doença do que no combate ao preconceito. Quando será que vamos realmente para o futuro ou para a modernidade?

      Beijo,

      Maria

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  2. Sinceramente eu foi testado HIV + positivos últimos 3 anos. Eu continuo a gestão dos medicamentos eu costumo comprar da agência de cuidados de saúde para me manter saudável e fortalecer , eu tentei tudo que eu posso também fazer esta doença me deixe em paz , mas, infelizmente, continuam a comer -me é isso que eu causado a mim mesmo, para permitindo que a minha franca make sexo para me insegura , sem proteção, embora eu nunca soube que ele é HIV positivo. Então últimos quatro dias eu entrei em contato com um artigo animada na internet sobre como esta poderosa Herb Healer levá-la bem e curado. Assim como um paciente eu sabia que esta vontade levou a minha vida um dia , e eu preciso para viver com outros amigos e parentes também. Então eu copiei o Dr. Paulo, o tradicional curandeiro da via email: okonofua_solution_tem99@hotmail.com e eu enviei -lhe de imediato, em pouco tempo ele me enviar de volta que eu era bem-vindo à sua casa templo estavam por todos o que eu procurar são concedidos. Fiquei por favor nesse momento. E eu continuar com ele, tomou alguns poucos detalhes de mim e me disse que ele deve voltar para assim que ele é através de com o meu trabalho . Fiquei muito feliz em ouvi isso dele . So Yesterday , como eu estava vindo da minha casa de amigos , o Dr. EMEN me chamou para ir para o check-up no hospital e ver a sua obra maravilhosa que agora é HIV negativo , fiquei muito feliz em ouvir isso dele , então eu rapidamente apressar até o hospital mais próximo para descobrir, só de ouvir de meu médico hospitalar chamado HARRISON que eu sou agora HIV negativo. Eu salto para ele com a nota do teste, ele me perguntar como isso acontece e eu diminuir a ele tudo o que eu passei com o Dr. Paul EMEN agora estou feliz , então eu sou um tipo suave de pessoa que precisa de compartilhar esse testemunho para todos os que buscam a cura, porque uma vez que você começa calmo e tranquilo , assim que a doença chegou a terminar a sua vida fora ele também curar outro tipo de doença como diabetes, Harmonia , droga ab -date , epilepsia etc Então eu vou aconselhá-lo em contato com ele hoje para a sua cura para os detalhes acima : E-mail ID: okonofuatem99@gmail.com contatá-lo agora para salvar seus entes vida novamente graças a DR PAULO EMEN porque ele é tão poderoso e prestativo.

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