Zlata
Filipović tem onze anos e vive em Sarajevo.Uma menina feliz preocupada apenas
em viver sua infância, os estudos, aulas de piano, canto e partidas de tênis. Mantém
um diário, no qual vai registrando seu cotidiano, mas a guerra eclode na
ex-Iugoslávia e desmorona seu universo. As preocupações do dia-a-dia
desaparecem diante do medo, da raiva, da perplexidade. Através da escola de
Zlata, seu diário foi descoberto pela UNICEF e selecionado para publicação, recebendo
enorme publicidade. Proclamada a "Anne Frank de Sarajevo", ela
sente-se desconfortável, porque, diferentemente de Anne, ela teve a sorte de
sobreviver. Zlata e sua família refugiaram-se em Paris, passaram uma temporada
na Inglaterra e depois se transferiram para Dublin, na Irlanda. Quando adulta, obteve
bacharelado em Ciências Humanas e mestrado na área de saúde pública em estudos da
paz internacional.
A guerra não a deixa amarga, apenas a obriga a amadurecer. Com sabedoria e bom humor, vai lidando com o novo mundo, e é através de sua escrita que Zlata elabora a brutalidade da guerra. A menininha que queria apenas ser criança aprende a conviver com a crueldade da política e com as perdas. Curioso o efeito que a leitura de seu diário causa em uma antiga menininha que também sofreu com Anne Frank no começo da adolescência. Lembro-me que o sofrimento de Anne me parecia maior que o nazismo. Hoje, a percepção do sofrimento lido no Diário de Zlata (Companhia das Letras, 1994, 181 páginas) tinha sempre relação direta com a compreensão do conflito. É o preço de tornar-se adulto. Fico imaginando o futuro roubado de todas as crianças que morrem de graça, na guerra e na miséria.
A guerra não a deixa amarga, apenas a obriga a amadurecer. Com sabedoria e bom humor, vai lidando com o novo mundo, e é através de sua escrita que Zlata elabora a brutalidade da guerra. A menininha que queria apenas ser criança aprende a conviver com a crueldade da política e com as perdas. Curioso o efeito que a leitura de seu diário causa em uma antiga menininha que também sofreu com Anne Frank no começo da adolescência. Lembro-me que o sofrimento de Anne me parecia maior que o nazismo. Hoje, a percepção do sofrimento lido no Diário de Zlata (Companhia das Letras, 1994, 181 páginas) tinha sempre relação direta com a compreensão do conflito. É o preço de tornar-se adulto. Fico imaginando o futuro roubado de todas as crianças que morrem de graça, na guerra e na miséria.
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