sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sasha, nossa gatinha da sorte

Nossa Sasha, observando o mundo ao seu redor
Se Sasha estivesse viva nesta sexta-feira 13 teria uns 25 anos, talvez mais. Ela nos deixou quando tinha onze. Era tão da família que até hoje sua foto ocupa lugar de destaque na ala dos porta-retratos da casa. Por aqui não fazemos distinção de espécies, apenas de afetos. Como a maioria de nossos gatinhos, ela foi abandonada ainda filhote, dentro de uma caixinha. E não é que ela cresceu louca por caixas? Transformava em diversão qualquer mudança, experimentando todas elas. De personalidade forte, assustava as visitas mais que cachorro bravo. Reservada, elegante e discretamente carinhosa, era também teimosa.  Caso levasse bronca por alguma arte era capaz de ficar mais de um dia sem comer, sensível como ela só. Por mais que a razão dissesse o contrário, agíamos como se ela fosse viver para sempre, e não é assim com quem amamos? E não pensem que seu nome tem algo a ver com a outra, a da Xuxa, porque ela nasceu primeiro.
Livro escrito por Aline, a menininha que a Sasha esperava voltar
A inspiração para o seu nome veio depois de uma noite maravilhosa de espetáculo no Teatro Municipal paulistano, quando fomos ver uma montagem do espetáculo Orlando (baseado no romance da britânica Virginia Woolf). Ele experimenta a decepção amorosa pelas mãos de Sasha, a princesa russa que o seduz e desaparece. Na peça, Orlando corria pelo palco gritando “Sasha, meu amor”. A nossa Sasha nasceu em São Paulo, cresceu dentro de um apartamento e comia salada de matinho numa bandeja. Morreu em João Pessoa depois de experimentar um pouco de liberdade no quintal de casa, mas a verdade é que ela nunca passou dos muros e calçadas, apesar de brava e corajosa seu instinto de preservação nunca a deixou se aventurar.
Nossa Sasha "caixinha", no livro da Aline, em 1992
Quando pequena, aprendeu a amar uma menina e um menino que depois foram parar do outro lado do mundo. Ela ficava louca quando ouvia as vozes deles ao telefone, ou de todos da família que se foram e que ela tanto amava. Eles voltaram, ela ficou feliz. Eles se foram novamente e ela nunca mais os viu. Restaram as muitas fotos, as lembranças e todo o seu carinho. Sasha foi uma gatinha que sempre nos deu muita sorte e alegrias.

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