quinta-feira, 12 de abril de 2012

PÓS-GUERRA

Com minha irmãzinha Rogéria,
"A Forte", no dia de sua alta
O medo de perder minha irmãzinha querida, 40 dias no hospital por causa de sérios problemas respiratórios, fez com que a vontade de escrever fosse embora (o tempo, então, esse voou). Pior ainda, nos primeiros 25 dias, período em que ela ficou na UTI num vai e vem entre gravíssimo, grave instável/estável, toda e qualquer vontade desapareceu. Como se tivesse sido abduzida para outra dimensão, atos e palavras manipulados por controle remoto. Instinto. Medo e angústia misturados a uma inexplicável certeza de que tudo acabaria bem. Fé ou ataque de Polyana, fuga, não sei bem o quê. Não importa o motivo, sobrevivemos.

Tudo acabou bem. A grande nuvem foi embora e naquela tarde em que saímos do hospital parecia que o mundo tinha voltado ao seu lugar, o meu mundo com certeza. Acho desnecessário ter que passar por algo terrível para dar uma chacoalhada em valores e projetos, mas bem que funciona. Perspectivas surgem e por um bom tempo a gente acha que tudo está lindo. Como reclamar de pequenas coisas se somos capazes de sobreviver às grandes? Qual a real dimensão de sentimentos e problemas? Ainda me encontro absolutamente cansada, física e emocionalmente, mas feliz por temos recuperado nosso cotidiano familiar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obriagada pelo comentário. Volte Sempre!