quarta-feira, 25 de abril de 2012

LENDO COM PRAZER (OU TENTANDO SE LIVRAR DA CULPA DE QUERER SER FELIZ UM POUQUINHO)

Descobri que uma boa maneira de voltar à realidade é entrar na ficção. Depois de tempos difíceis, quando não conseguia concentração nem para ler horóscopo de jornal, finalmente tranquilidade para bons livros. É meio ridículo sentir-se culpada pelo prazer da leitura, quando alguém querido está sofrendo. Mas é assim que funciona, a culpa vem em todo tipo de prazer. Uma boa comida, um filme interessante, um papo descontraído. Lá vem a culpa! Mas a vida pode ser bem ridícula, sentimentos então. Voltamos a respirar. Minha irmãzinha, literalmente. Todos em volta, metaforicamente.

E os primeiros ares trouxeram:

A Massagista Japonesa (L&PM POCKET, 1984, 123 páginas), do saudoso Moacyr Scliar. O cotidiano da década de 80 descrito em 35 crônicas deliciosas. A qualidade do texto faz com que o leitor não sinta o efeito do tempo, mais de duas décadas, em seus escritos. Bom humor e uma pitada de surpresa em cada texto. Daqueles livros que a gente bebe em pequenos goles, com medo que acabe logo.

Fora de Mim, da Martha Medeiros (Objetiva, 2010, 131 páginas). Até agora só conhecia seu texto em colunas e escritos soltos, aqui e acolá. Tem também o romance Divã, que virou filme. Leitura de gênero, talvez. Mas acredito que sentimento, amor, medo, e coisas do tipo, são universais. O leitor torna-se testemunha de um momento difícil, de perda e abandono da autora. Ela se desnuda diante do texto e nos torna cúmplices.

Uma Vida Nova e Feliz (Ediouro, 2007, 247 páginas), do jornalista Ricardo Kotscho . Com um título bem sugestivo para a ocasião, esse estava comigo já faz um tempão (gosto de estar por perto do mundo do Jornalismo, nem que seja no texto alheio). Puro deleite. Homem inteligente, vida interessante, profissão mutante. Identifiquei-me com a observação do autor sobre o futuro da nossa profissão: “Seja qual for a plataforma da informação, como se diz, todos nós sempre precisaremos de alguém para nos contar e explicar o que está acontecendo – de preferência, algo que ainda não sabemos”.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obriagada pelo comentário. Volte Sempre!